Trigo Brasil
Começamos com os dados da Balança Comercial no país até a 2° semana de maio.
Segundo os dados da Secex, para os 7 dias úteis contabilizados, foram exportadas 50,018 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, o que já representa 73,30% do volume total exportado no mês de maio em 2023.
A média diária de embarques para os 7 dias foi de 7,145 mil toneladas.
Quanto às importações, neste mesmo período totalizaram 270,077 mil toneladas, o que representa 95,25% do volume total importado em todo o mês de maio em 2023.
As importações já estavam previstas para aumentar neste ano após a queda na qualidade das lavouras brasileiras, porém, neste início de mês, o ritmo de compra por parte dos moinhos aumentou frente aos acontecimentos no Rio Grande do Sul.
Com importantes moinhos locais inundados, e trigo com pH panificável na região perdidos, indústrias de outras localidades devem atender a demanda nacional, o que resulta no aumento das compras do trigo.
Quanto às exportações, com o trigo valorizado mundo afora, os produtores brasileiros estão encontrando negócios favoráveis para o seu trigo de baixa qualidade, que está sendo comprado para o uso em ração animal.
O estado do Paraná está avançando com os trabalhos no campo, e segundo a Conab já conta com 27% das lavouras previstas semeadas.
Trigo Mercado Externo
A última semana começou dando continuidade às fortes altas do trigo. Na Bolsa de Chicago, o trigo SWR contrato maio variou +3,81, o julho +3,56% e o setembro +3,52%.
Na Euronext o dia também foi de valorizações, e o contrato setembro variou +2,68%, encerrando cotado à US$ 279,23.
O movimento é ainda reflexo dos dados apresentados na última sexta-feira (10) pelo relatório WASDE, estimando forte queda na produção de trigo na Rússia para 2024/25, favorecendo assim as exportações americanas.
Ainda falando da Rússia, as condições climáticas no país pioraram neste final de semana, sendo reportado a ocorrência de geadas em regiões produtoras de trigo.
Na França, o trigo era negociado à US$ 257,57 nesta segunda-feira (13).
Voltando a falar dos EUA, tivemos a atualização das inspeções semanais para exportação de grãos no país, e para o trigo, na semana encerrada no dia 09 de maio foram inspecionadas 366,339 mil toneladas, levemente acima da semana anterior, e acima das 263,439 mil toneladas inspecionadas em igual período do ano anterior.
No campo, as lavouras apresentaram queda nas condições regulares, saindo de 34% para 32% do total.
As lavouras entre ruins/péssimas agora totalizam 18%, e entre boas/excelentes permanecem sendo 50%.
Já a quarta-feira (15) foi de volatilidade para os futuros do trigo na Bolsa de Chicago, que começaram o dia com fortes altas, mas encerraram recuando para os principais contratos.
O vencimento julho do trigo SRW variou -1,01% na sessão, e o setembro -1,04%.
Os futuros do cereal foram derrubados após os resultados positivos do US Wheat Tour, arrefecendo as preocupações com a oferta do cereal.
Por outro lado, na Euronext o trigo setembro variou no dia +0,4%, encerrando cotado à US$ 273/t.
O suporte veio do novo corte na produção de trigo da Rússia. Segundo a SovEcon, a previsão para a produção do cereal está agora em 85,7 milhões de toneladas, um corte de 7,2 milhões!
A principal causa para o corte veio das condições climáticas adversas, especialmente ao Sul do país.
O tempo seco em conjunto temperaturas elevadas estão resultando em um déficit hídrico nas lavouras ao Sul, enquanto ocorrência de geadas atingem as lavouras na região Central.
Encerrando, temos a atualização das vendas semanais para exportação de grãos nos EUA.
Entre os dias 3 e 9 de maio foram vendidas 78,500 mil toneladas de trigo 2023/24, uma alta de 91% ante ao volume da semana anterior. As vendas foram para o México, Coréia do Sul, China, Peru e Itália.
Da safra 2024/25 foram vendidas 304,300 mil toneladas de trigo, sendo estas para as Filipinas, Yemen, Japão e destinos não revelados.