Soja Brasil
Na última semana o país foi responsável por grandes movimentos no mercado da soja no quesito oferta.
No Brasil o 2° maior estado produtor de soja, o Rio Grande do Sul, sofreu com chuvas intensas na última semana, causando o alagamento de diversas regiões produtoras com colheitas ainda em processo.
Mesmo com a certeza de uma quebra na produção, os técnicos locais ainda não conseguem apurar precisamente os números, uma vez que chuvas ainda estão presentes, porém as estimativas estão em uma perda de 2 milhões de toneladas na produção da oleaginosa.
No mercado físico, tal acontecimento refletiu na alta dos preços, levando a uma variação semanal positiva para as principais praças de negociação.
O indicador Cepea de Paranaguá variou +2,05%.
Tivemos também a atualização das estimativas da Anec para a exportação de grãos no país.
Falando da soja, as exportações foram estimadas em 13,2 milhões de toneladas em maio, uma queda de 8% no volume ante ao ano anterior.
Para os 5 primeiros meses deste ano, o volume total embarcado deverá ser de 52 milhões de toneladas.
Tais números ainda podem ser impactados devido a situação no Rio Grande do Sul, onde as inundações comprometem a logística nos portos.
Para o farelo de soja as estimativas de maio foram de 2,34 milhões de toneladas, uma alta de 250 mil toneladas ante ao mês de abril.
Soja Mercado Externo
Os futuros da oleaginosa também abriram a última semana operando no campo positivo da bolsa de Chicago, com o contrato julho variando +2,77%, e o agosto +2,52%.
O motivo da alta estava atrelado ao fundamento de oferta X demanda para o grão.
Do lado da demanda, estamos acompanhando greves locais na Argentina, que estão afetando a exportação de grãos do país, levando muitos compradores a buscar o grão norte-americano.
Do lado da oferta, o clima úmido nos EUA e atraso no plantio chamou a atenção na sessão da segunda-feira (06).
Segundo atualização do Crop Progress no país, a semeadura da soja avançou para 25% da área prevista até o último dia 05 de maio, um avanço semanal de 7 pontos percentuais, que deixa os trabalhos deste ano atras do plantio de 30% das áreas ocorrido em igual período do ano anterior.
As inspeções semanais já apresentaram recuperação, e encerrando no dia 02 de maio totalizaram 348,654 mil toneladas para a soja.
Já na quarta-feira (08), o dia foi de queda para os futuros da soja, e na bolsa de Chicago o contrato julho variou -1,51%, e o agosto -1,45%.
O movimento foi tido como reajuste do mercado ante à liberação do relatório WASDE.
Na quinta-feira (09) pela manhã, o USDA atualizou as vendas semanais para exportação de grãos nos EUA, e entre os dias 26 de abril e 02 de maio foram vendidas 428,900 mil toneladas de soja 2023/24, leve alta de 4% ante a semana anterior.
Os destinos foram o Egito, Turquia, China, Algeria e locais não revelados.
Para 2024/25 o volume de vendas no período totalizou 19,200 mil toneladas, divididas entre o Canadá e Filipinas.
Ao final da semana, tivemos a liberação do relatório WASDE, com previsões para as safras 2023/24 e 2024/25.
Para a safra 2023/24 o USDA não trouxe alterações significativas, e vemos uma produção mundial estimada em 396,95 milhões de toneladas, com um corte de 1 milhão de toneladas na produção brasileira.
Já para 2024/25, as previsões foram otimistas, de uma produção mundial de 422,26 milhões de toneladas.
A produção no Brasil foi prevista em 169 milhões de toneladas, nos EUA em 121,11 milhões, e Argentina 51 milhões de toneladas.