Milho Brasil
Começamos este relatório trazendo a última atualização da Balança Comercial preliminar no Brasil, com dados da Secex até a 2° semana de abril.
Durante os 10 dias úteis contabilizados, as exportações do milho totalizaram 29,073 mil toneladas, o que representa apenas 6,17% do volume total embarcado em abril de 2023.
Apesar disso, os futuros do cereal encerraram a segunda-feira (15) operando no campo positivo da Bolsa Brasileira, com o contrato maio variando +1,92%, e julho +1,41%.
O principal suporte veio da valorização diária do dólar frente ao real, o acabou por favorecer o câmbio para as exportações brasileiras.
No mercado físico o dia foi equilibrado, com recuos na saca do milho apenas em algumas regiões, como em Primavera de Leste/MG onde a saca recuou 2,3%, e em Chapecó/SC com uma queda de 1,8%.
Todos estão atentos ao milho safrinha, tentando entender qual será a queda na produtividade e como ela pode afetar as negociações.
No estado do Paraná, a Deral atualizou que na última semana as condições de lavouras entre boas/excelentes foram para 69% do total, ficando 21% regulares, e 9% consideradas ruins.
Apesar disso, a ocorrência de chuvas em regiões chaves acabou levantando questionamento sobre o tamanho do corte na produção do milho, e na quarta-feira (17) tivemos desvalorizações nos preços médios da saca no mercado físico.
Ao final da semana, a média da saca do milho contou com variações negativas por todo o país, com os preços apresentando uma variação semanal de -1,55% em Santa Catarina, -0,06% no Paraná e -2,79% em Minas Gerais.
Os futuros na B3, por outro lado, conseguiram recuperação na sexta-feira (19), e vemos o contrato maio variando +1,27% na semana.
Milho Mercado Externo
No mercado externo a última semana começou com atualização das inspeções semanais de grãos para exportação nos EUA, que para o milho, na semana encerrada no dia 11 de abril, totalizaram 1,331 milhão de toneladas, abaixo da semana anterior, porém acima das 1,237 milhão de toneladas inspecionadas em igual período do ano anterior.
O USDA atualizou também o Crop Progress para a cultura, informando que até o último dia 14 o plantio chegou a 6% do total previsto, 1 ponto percentual abaixo dos trabalhos do ano anterior, e 1 acima da média de 5 anos. O avanço semanal do plantio foi de 3 pontos percentuais.
Também na segunda-feira (15) foi reportado a venda de 135 mil toneladas de milho 2023/24, e 30 mil toneladas safra 2024/25 para o México, um total de 165 mil toneladas.
Os futuros do milho na bolsa de Chicago encerraram a sessão no vermelho, ainda pressionados pela baixa demanda pelo cereal norte-americano, e pela alta do dólar no dia, piorando a competitividade na exportação, assim como as previsões climáticas favoráveis no país.
O contrato maio variou -0,92% e o julho -0,67%.
A quarta-feira (17) acabou também sendo negativa para os futuros do milho na bolsa de Chicago, com o contrato maio variando -0,19% e o julho -0,36%.
Mesmo com a queda do dólar e alta da soja, as cotações do cereal não conseguiram operar no verde, pressionadas pela forte queda do trigo SWR no dia.
O trigo norte-americano está sendo pressionado pela fraca competitividade no mercado, que está dando preferência para grãos ucranianos e russo, os quais são ofertados a valores mais descontados.
Segurando um pouco às cotações do milho, na quinta-feira (18) tivemos a liberação das vendas semanais para exportação de grãos nos EUA.
Entre os dias 05 e 11 de abril foram vendidas 501,200 mil toneladas de milho 2023/24, uma alta de 54% ante a semana anterior, porém ainda 45% abaixo da média para 4 semanas.
Os destinos foram a Colômbia, México China, Arabia Saudita e Japão.
As vendas da safra 2024/25 totalizaram no período um volume de 65 mil toneladas para destinos não revelados.
Na sexta-feira (19), também atuando como suporte aos futuros do milho em Chicago, o USDA informou a venda de 216,5 mil toneladas de milho para o México.
Encerrando, o Ministério da Política Agrária da Ucrânia informou que as estimativas do país estão em uma produção de grãos em 52,4 milhões de toneladas, sendo 19,2 milhões para o trigo, e 26,7 milhões de toneladas para o milho.
Entre os dias 01 e 19 de abril a Ucrânia exportou 4,2 milhões de toneladas de grãos, o dobro do volume embarcado em igual período do ano anterior.