Milho – Mercado Externo
As cotações do milho no mercado internacional encerraram a semana sob influência baixista na maioria dos contratos. Na Bolsa de Chicago (CBOT), nesta sexta-feira (05), o contrato de setembro foi negociado a US$3,99/bushel, alta de 0,25% frente à semana anterior. Já o vencimento de dezembro recuou 0,52% no comparativo semanal, cotado a US$4,18/bushel.

O cenário de produção recorde tende a ampliar a disponibilidade global do cereal, reduzindo o espaço para movimentos significativos de valorização. Nos próximos dias, o mercado deve concentrar atenções no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que trará novas estimativas para produção, consumo e estoques mundiais.
Na semana passada, o USDA atualizou o balanço de vendas externas referente ao período de 22 a 28 de agosto. Para a safra 2024/25, houve redução de 280,9 mil toneladas nos volumes comprometidos. Por outro lado, na temporada 2025/26, os embarques alcançaram 2,117 milhões de toneladas, com destino a México, Colômbia, Japão, Taiwan e compradores não identificados.
As exportações no período somaram 1,741 milhão de toneladas, avanço expressivo de 51% frente à semana anterior e de 41% em relação à média mensal.
O relatório semanal de inspeções até 28 de agosto apontou 1,407 milhão de toneladas, crescimento de 5,1% sobre a semana anterior e de 41,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
No acumulado do atual ano comercial, os embarques já atingem 66,966 milhões de toneladas, superando em 28,6% as 52,067 milhões registradas no mesmo período do ano passado.
Em relação às condições das lavouras norte-americanas, até 31 de agosto, 69% das áreas foram classificadas como boas ou excelentes, queda de 2 pontos percentuais frente à semana anterior, mas ainda 4 pontos acima do observado em 2024. Outros 22% foram avaliados como regulares e 9% entre ruins e muito ruins.
Milho – Mercado Interno
No Brasil, os preços futuros do milho encerraram a semana em queda na B3. O contrato de setembro recuou 0,55%, negociado a R$65,37/saca, enquanto o de novembro caiu 2,04%, cotado a R$68,10/saca.

O mesmo fator observado no cenário internacional, de ampla oferta global, somado à valorização do real frente ao dólar, tem limitado a competitividade do milho brasileiro no mercado externo. Além disso, a redução do imposto de exportação pelo governo argentino aumenta a atratividade do produto vizinho.

Apesar dessas pressões, o mercado doméstico encontra sustentação na demanda interna, especialmente das indústrias de ração e de etanol. Já a procura externa, que vinha em ritmo moderado até julho, mostra sinais de recuperação, refletindo em grande parte negociações antecipadas.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que, em agosto, o ritmo diário de exportações superou em 18% o registrado no mesmo mês de 2024. O volume embarcado também cresceu 13% na mesma comparação, somando 6,84 milhões de toneladas.

No mercado físico, as cotações apresentaram movimento contrário aos preços futuros, registrando elevações em diversas praças. O Indicador Esalq/B3 (Cepea), com base em Campinas (SP), encerrou a sexta-feira em R$64,78/saca, alta de 0,76% frente à semana anterior. No Rio Grande do Sul, a cotação foi de R$62,75/saca (+1,7%), no Paraná de R$ 52,75/saca (+1,62%) e em Minas Gerais de R$59,18/saca (+0,94%).
