Rússia cessa descontos dados a Índia em fertilizantes
A Rússia intensificou o comércio de fertilizantes com os Estados Unidos, e isso pode ter sido determinante para o encerramento dos descontos que os russos concediam anteriormente à Índia, disseram fontes de alto escalão ao jornal indiano The New Indian Express.
Espera-se que a mudança na dinâmica comercial aumente as despesas do governo indiano em subsídios aos fertilizantes, uma vez que a Rússia é uma origem significativa de fertilizantes para o país. A Índia, já havia obtido benefícios depois que os países ocidentais impuseram sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia.
“A Rússia foi obrigada a vender fertilizantes à Índia devido à falta de procura por parte da Europa, resultando em preços mais baixos em comparação com os de Marrocos e da Jordânia. No entanto, com a Europa e os EUA começarem agora a importar produtos da Rússia, especula-se que a Rússia poderá desviar a sua preferência da Índia. Os preços de mercado são influenciados por vários fatores e podem flutuar em conformidade”, disse um funcionário do governo indiano.
De acordo com especialistas do setor, o aumento dos preços dos fertilizantes não terá impacto sobre os agricultores, uma vez que estes recebem subsídios. No entanto, aumentará a carga sobre o governo.
No exercício fiscal de 2022-23 (AF23), a Índia registou um aumento significativo nas importações de fertilizantes da Rússia, com um aumento de 246%, para um recorde de 4,35 milhões de toneladas. Isto foi impulsionado por fornecedores que ofereceram descontos em fertilizantes DAP, ureia e NPK em comparação com o preço do mercado global.
Os dados indicam que o governo concedeu subsídios a fertilizantes no valor de 27 bilhões de dólares no AF23. Segundo relatos, os descontos da Rússia atingiram os 80 dólares por tonelada, mas as empresas russas nem sequer oferecem descontos de 5 dólares. O preço atual do DAP russo é de cerca de 570 dólares por tonelada numa base de custo e frete (CFR) para os compradores indianos, o que corresponde ao preço oferecido a outros compradores asiáticos.
Verde Agritech pretende utilizar ferrovias para o transporte de fertilizantes
Empresa quer construir ramal ferroviário em Minas Gerais para transportar até 50 milhões de toneladas por ano de fertilizantes potássicos.
Em nota, a companhia detalhou que o ramal ficará interligado a uma rede ferroviária que conecta sete Estados e o Distrito Federal, que tem parte administrada pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA).
A autorização para o ramal, concedida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Ministério da Infraestrutura, foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União. A companhia agora aguarda para assinar um contrato com a ANTT para uso da ferrovia em regime privado e, em seguida, iniciará os estudos ambientais e de engenharia para o projeto.
Na nota, o fundador e CEO da Verde Agritech, Cristiano Veloso, afirmou que as minas da Verde têm o maior depósito de potássio identificado no Brasil, de 3,32 bilhões de toneladas, em conformidade com a norma NI 43-101. O executivo também destacou que o projeto contribui para reduzir a dependência brasileira pelo potássio importado.
O potássio produzido pela companhia é livre de cloro, o que contribui para melhorar a microbiota do solo. Mas também tem uma concentração menor de potássio que o KCL importado.
A Verde Agritech tem hoje duas plantas em operação, com capacidade de produzir anualmente até 3 milhões de toneladas de fertilizantes.
No ano passado, a empresa anunciou investimentos de R$ 275 milhões para a construção da terceira planta, elevando a capacidade de produção para 13 milhões de toneladas ao ano.