Atuam como fatores baixistas no mercado de fertilizantes o relaxamento das restrições de exportação de nitrogenados e fosfatados, na China, alta quantidade de fosfatados sendo ofertados na Índia e o contrato chinês de cloreto de potássio, que foi negociado a US$ 307/t CFR.
Como fatores altistas no mercado, estão a demanda aquecida na Índia e Brasil, devido a Safra Kharif e a proximidade do plantio da soja, preços da amônia e enxofre em alta (insumos para produção de fertilizantes), novo leilão para compra de ureia feito pela índia, restrições na oferta de ureia em algumas regiões, como Egito, Nigéria e Sudeste Asiático e a greve no porto de Vancouver, no Canadá.
NITROGENADOS E AMÔNIA – Os preços da ureia tiveram nova valorização na última semana com atenção voltada ao novo leilão indiano para compra de ureia. Ainda não foram definidos qual o volume e preço cobiçados pelo país, mas acredita-se que seja comprado cerca de 1,5 milhão de toneladas. Além disso, a demanda por ureia está aquecida no país devido a safra Kharif.
No Brasil, produtores de soja realizam a aquisição de ureia para o preparo do solo, a fim de realizar o plantio da soja, a partir de setembro. Nos Estados Unidos, o mercado também está altista para a ureia, visto que as relações de troca estão favoráveis e há uma previsão de redução da disponibilidade do produto em breve.
O governo da Rússia irá implementar uma tarifa de 8% sobre as exportações de todos os fertilizantes, a partir de setembro de 2023, com duração de até um ano e meio. A medida visa arrecadar valores, já que houve redução dos preços internacionais de fertilizantes no primeiro semestre do ano. No momento, várias plantas de fabricação estão em manutenção.
O Egito, a Nigéria e o Sudeste Asiático passam por um momento de restrição da oferta de fertilizantes, por problemas de abastecimento de gás, manutenções obrigatórias, entre outros problemas. Essa restrição deverá impactar o fornecimento de ureia no mercado internacional, atuando como um fator altista para o insumo.
Sobre a amônia, as ondas de calor que perseveram em diversas regiões produtoras do globo, têm atrapalhado a oferta do produto. Junto a isso, um aumento da demanda está ocorrendo, valorizando as cotações da amônia. Um dos exemplos, já citado acima, é o Egito, que passa por uma onda forte de calor, afetando o sistema elétrico do país, que está demandando muito mais energia, restringindo o uso da amônia para a fabricação de fertilizantes.
O aquecimento do mercado de fertilizantes nos EUA, Índia e Europa também são fatores que levaram a valorização da amônia nesta última semana.
FOSFATADOS – A primeira semana de agosto marcou a valorização das cotações dos fertilizantes fosfatados, com ganhos em diversas praças. Os aumentos foram impulsionados pelo aquecimento da demanda na Índia e no Brasil.
No mercado brasileiro, o MAP teve valorização pela sexta semana consecutiva, sendo negociado por US$ 497/t CFR, ganho semanal de US$ 12/t CFR. Os motivos estão relacionados ao fomento das compras, em um momento de proximidade das aplicações de fertilizantes nas lavouras de soja, milho, café, cana-de-açúcar, entre outras culturas de verão.
Na Índia, houve ganho quinzenal no DAP de US$ 34/t CFR, sendo negociado na última semana a US$ 472/t CFR. A safra Kharif avança, com o plantio de 91,5 milhões de hectares em 2023. Essa área representa apenas 61% do previsto para este ano.
ENXOFRE – Conforme já mencionado, o enxofre está em plena valorização nas últimas semanas, após meses de queda. O fortalecimento das cotações do insumo está relacionado a alta demanda pelos fertilizantes fosfatados, no Brasil e Índia, principalmente, já que para atender esses mercados, os fabricantes necessitam de uma maior produção, necessitando do enxofre.
No Oriente Médio, grande produtor de enxofre, foram indicados os valores para venda do insumo. A Adnoc, Muntajat e KPC anunciaram valores de US$ 82/t FOB, com valorizações mensais entre 28% e 31%.
POTÁSSICOS – Foi indicado um baixo volume de negociações semanais do KCl, com diversos países do Hemisfério Norte se preparando para a colheita de produtos agrícolas. A negociação entre Índia e Canpotex não teve avanço nas últimas semanas. Na América do Sul, a demanda pelo KCl está aquecida, para o plantio da próxima safra de soja.
As empresas Nutrien e Mosaic informaram que a demanda por potássio está aquecida, também, nos Estados Unidos, com boas vendas neste ano.