O mercado de farelo de trigo apresentou recuo nas cotações ao longo da semana na Região Sul do país, com destaque para Paraná e Santa Catarina, repetindo o movimento observado na semana anterior. Nas demais praças brasileiras, entretanto, os preços mantiveram-se praticamente estáveis.
No Sul, os moinhos continuam praticando negócios abaixo da média de mercado. Segundo relatos da indústria, os estoques estão elevados e o ritmo de moagem segue praticamente em média com as últimas semanas, o que estimula a busca por maior escoamento da produção. Apesar disso, a demanda permanece enfraquecida, sendo atendida, em grande parte, apenas pelos contratos previamente firmados.
O atual nível de processamento, combinado à competitividade de preços dos produtos substitutos, continua exercendo pressão negativa sobre as cotações. Contudo, há expectativa de recuperação dos preços nas próximas semanas, sobretudo nas regiões em que o insumo está bastante depreciado, como o Sul e o Sudeste. Ressalta-se, ainda, a perspectiva de intensificação da disputa pelo farelo entre indústrias de ração e pecuaristas, fator que pode conferir suporte altista ao mercado.
No que diz respeito à matéria-prima, os preços do trigo apresentam recuos significativos em plena colheita, cenário que impõe desafios relevantes aos produtores do Sul, responsável por mais de 85% da oferta nacional. Nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, as cotações atingiram os menores níveis do ano em termos reais, comprometendo a viabilidade econômica da atividade. Com custos de produção elevados, a desvalorização do cereal pressiona margens, restringindo o potencial de reinvestimento, sobretudo entre agricultores que recorreram a financiamentos para conduzir o ciclo atual.
Além disso, diante de uma safra doméstica menor e de uma demanda interna estável, o Brasil deverá intensificar as importações ao longo da temporada 2025/26. A Argentina já está assumindo papel de destaque nesse fornecimento, sustentada por projeções de colheita volumosa e preços mais competitivos. Atualmente, o cereal entregue em território brasileiro (CIF) é negociado a R$ 1.412,48 por tonelada.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de setembro — equivalente a 20 dias úteis — o Brasil importou 507 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, volume 14,1% inferior ao registrado em igual período de 2024, quando foram adquiridas 591 mil toneladas em 21 dias úteis.

Por fim, informações da CEEMA indicam que a ocorrência de chuvas nas fases finais da colheita comprometeu o peso hectolítrico e o teor proteico em várias áreas do Sul, afetando a qualidade industrial do cereal. Como consequência, parte da safra deverá ser destinada ao segmento de alimentação animal, reduzindo sua disponibilidade para o mercado de panificação.
FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)
No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 760/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.
No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 780/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.
Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 920/t FOB.
Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 730/t FOB a R$ 830/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 860/t FOB.
Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 840/t FOB.
Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 840/t FOB.
Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 820/t a R$ 900/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 920/t.
TABELA ATUALIZADA 01/10
