Farelo de Trigo: Demanda pecuária avança, mas não reverte quadro de Preços acomodados

Procura sazonal aumenta no período seco, mas mercado não demonstra espaço para reajustes positivos nos preços. Oferta mais restrita reduz pressão vendedora, mas margens industriais seguem comprimidas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 22/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Farelo de Trigo

O mercado de farelo de trigo manteve-se estável na comparação semanal, sem oscilações nas cotações. A retração no ritmo de moagem do trigo vem reduzindo a disponibilidade do subproduto, o que confere certo alívio ao setor, já que a menor oferta limita a necessidade de escoamento a preços mais baixos. Ainda assim, as margens das indústrias moageiras permanecem bastante comprimidas, com alguns estabelecimentos operando sob rentabilidade negativa.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o segmento de moagem mantém uma trajetória de crescimento gradual e consistente, com expansão média anual de cerca de 2%. Em 2024, as empresas associadas, responsáveis por aproximadamente 80% da moagem nacional, processaram 13,2 milhões de toneladas do cereal, evidenciando um desempenho sólido, ainda que moderado.

No campo da demanda, observa-se aumento no interesse pelo farelo de trigo, impulsionado sobretudo pelo setor pecuário, que vem demonstrando maior disposição para firmar contratos de volume mais expressivo. No entanto, essa elevação na procura ainda não tem sido suficiente para permitir reajustes positivos nas cotações. É importante destacar que esse incremento na procura é sazonal, típico deste período do ano, quando o avanço da estiagem, ao final de outubro, compromete a qualidade das pastagens e eleva a necessidade de suplementação alimentar para o rebanho.

Em relação à matéria-prima, o trigo segue pressionado por fatores estruturais. A expectativa de uma safra nacional com bom desempenho produtivo, combinada à desvalorização do dólar ao longo de 2025 e ao elevado volume colhido na Argentina, principal fornecedora do Brasil, tende a conter o potencial de valorização do cereal no curto prazo. No campo, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 19 de outubro, cerca de 37,8% da área cultivada com trigo no país já havia sido colhida.

No comércio exterior, informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, até a terceira semana de outubro (13 dias úteis), o Brasil importou 283 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, volume equivalente a 51,4% do total adquirido em outubro de 2024 (552 mil toneladas em 22 dias úteis).

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 760/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 780/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 920/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 730/t FOB a R$ 830/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 870/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 860/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 850/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 800/t a R$ 880/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 910/t.

TABELA ATUALIZADA 22/10

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?