Derivados de Soja – Mercado Externo
Entre 24 de outubro e 6 de novembro, os mercados internacionais de derivados de soja exibiram movimentos predominantemente negativos. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o óleo de soja apresentou leve retração ao longo do período: o contrato para dezembro recuou 0,6%, encerrando a US$ 49,35 por libra-peso, enquanto o vencimento de janeiro diminuiu 0,66%, negociado a US$ 49,68 por libra-peso.
O farelo de soja acompanhou a mesma tendência baixista. O contrato de dezembro acumulou desvalorização semanal de 0,92%, fechando a US$ 312,70 por tonelada, ao passo que o de janeiro cedeu 0,69%, atingindo US$ 315,20 por tonelada.
No front regulatório, o setor de biodiesel permanece em compasso de espera pela conclusão das normas de mistura de biocombustíveis da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). A morosidade no processo tem gerado apreensão entre agentes, uma vez que o óleo de soja é o principal insumo da produção de biodiesel. Caso as diretrizes sejam formalizadas apenas no próximo ano, representantes do setor alertam para a possível perda de mais um trimestre de demanda aquecida. Enquanto isso, as cotações seguem praticamente laterais, com ajustes pontuais de baixa.
No mercado de farelo, os preços chegaram a subir durante a semana, sustentados por temores envolvendo a potencial paralisação dos trabalhadores das esmagadoras de soja na Argentina, país que figura como um dos maiores exportadores globais do produto. Entretanto, a ausência de confirmação das greves levou operadores a realizarem lucros, revertendo parte das altas observadas anteriormente.
Derivados de Soja – Mercado Interno
No cenário doméstico, avança a discussão sobre o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel, que poderá chegar a 25% (B25). O tema será avaliado pelo Subcomitê de Viabilidade Técnica para Misturas de Altos Teores de Biocombustíveis, instituído recentemente pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Atualmente, o percentual vigente é de 15%.
O grupo deverá estruturar um plano de testes para examinar desempenho, compatibilidade mecânica e impactos das novas proporções sobre motores e sistemas de abastecimento, conforme diretrizes previstas na Lei do Combustível do Futuro. Caso o teor obrigatório avance de forma gradual nos próximos anos, a procura por óleo de soja tende a se fortalecer, ampliando a robustez da demanda interna. Ainda assim, nesta semana, o mercado doméstico do derivado registrou ajustes baixistas.
Em paralelo, um estudo conduzido pela Anfavea em parceria com a Boston Consulting Group (BCG) apontou que caminhões urbanos movidos a diesel com 15% de biodiesel (B15) apresentam emissões de CO₂ inferiores às de caminhões totalmente elétricos em operação na China. O levantamento reforça que o Brasil possui atualmente a menor pegada de carbono no transporte urbano de cargas, impulsionado pela combinação entre biocombustíveis e uma matriz energética amplamente renovável.
No segmento de farelo, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projeta crescimento nos embarques brasileiros ao longo de novembro em relação ao mesmo período de 2024, sustentado por uma demanda externa persistente, especialmente da China. Esse movimento tem reforçado a sustentação das cotações, que encerraram a semana com altas em estados como Mato Grosso e Goiás.
Veja as atualizações nos preços dos derivados no Brasil:
• Rio Grande do Sul: R$ 1.490,00/t farelo de soja
• Mato Grosso: R$ 1.571,62/t farelo de soja
• Goiás: R$ 1.570,00/t farelo de soja
• Mato Grosso: R$ 6.393,68 ÓLEO DE SOJA
