Derivados da Soja – Mercado Externo
Entre os dias 3 e 9 de outubro, os derivados de soja apresentaram comportamento misto nas principais bolsas internacionais. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o óleo de soja encerrou a semana com valorização consistente: o contrato para outubro avançou 1,92%, cotado a US$ 50,38 por libra-peso, enquanto o vencimento de dezembro registrou alta de 1,78%, alcançando US$ 50,94 por libra-peso.
Em contrapartida, o farelo de soja mostrou desempenho negativo. O contrato de outubro recuou 0,37%, negociado a US$ 269,70 por tonelada, e o de dezembro apresentou decréscimo de 0,61%, atingindo US$ 276,90 por tonelada.

O mercado permanece atento às expectativas de redução na safra norte-americana de soja e à possível liberação de um novo pacote de auxílio aos agricultores dos Estados Unidos. O programa, estimado entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões, deveria ser anunciado no início da semana, mas deve sofrer atraso devido à paralisação parcial do governo norte-americano (shutdown).
Essa conjuntura tem ampliado a volatilidade nas negociações, refletindo diretamente sobre o desempenho dos derivados. O auxílio visa compensar as perdas dos produtores estadunidenses ocasionadas pela guerra comercial com a China, principal importadora da oleaginosa, que reduziu significativamente suas compras no mercado americano.
Além disso, a paralisação do governo compromete a divulgação de dados essenciais para o setor, como relatórios de colheita, vendas e exportações, o que intensifica o ambiente de incerteza entre os agentes de mercado.
De maneira geral, os fundamentos do mercado de derivados permanecem relativamente estáveis. O óleo de soja continua sustentado por uma demanda sólida, que tem garantido firmeza às cotações. Já o farelo de soja segue pressionado, em virtude da competitividade elevada de produtos substitutos, o que limita avanços mais expressivos nos preços.
Derivados da Soja – Mercado Interno
No mercado doméstico, a demanda por biodiesel mantém trajetória ascendente, o que se reflete diretamente na procura pelo óleo de soja, principal matéria-prima do biocombustível. Segundo estimativas da StoneX, o consumo total da mistura deve atingir 9,8 milhões de metros cúbicos (m³) em 2025, representando alta de 8,8% em relação ao volume registrado em 2024. Para 2026, a consultoria projeta nova expansão, com o consumo alcançando 10,5 milhões de m³, incremento adicional de 6,3%.
Esse avanço é impulsionado, sobretudo, pela vigência integral da mistura B15 em 2026, quando o percentual de 15% de biodiesel no diesel estará ativo durante todo o ano — diferentemente de 2025, quando sua aplicação se restringe aos meses de agosto a dezembro. Até o momento, o acumulado de 2025 já registra 6,4 milhões de m³ de biodiesel comercializados, volume 6,4% superior ao observado no mesmo período de 2024.
No acumulado anual, o uso de óleo de soja na produção de biodiesel soma 5,1 milhões de toneladas, crescimento de 9,5% frente ao mesmo intervalo de 2024 (4,7 milhões de toneladas). As projeções indicam ainda leve aumento na participação do óleo de soja na matriz de insumos utilizados para a fabricação do biocombustível ao longo de 2026.
Em relação ao farelo de soja, as exportações devem totalizar 1,92 milhão de toneladas em outubro, o que representa queda de 21,7% frente ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Essa retração acompanha o ritmo sazonal da entressafra dos derivados da oleaginosa. Ainda assim, os embarques seguem em níveis relevantes: entre 28 de setembro e 4 de outubro, foram exportadas 559 mil toneladas de farelo.
Veja as atualizações nos preços dos derivados no Brasil:
• Rio Grande do Sul: R$ 1.490,00/t farelo de soja
• Mato Grosso: R$ 1.470,02/t farelo de soja
• Goiás: R$ 1.520,00/t farelo de soja
• Mato Grosso: R$ 6.641,86 ÓLEO DE SOJA