Se o mês de outubro já foi positivo para os preços do café, aguardem os dados de novembro!
Iniciando pelas exportações brasileiras, segundo os dados da Secex, durante o mês de novembro foram exportadas 234,706 mil toneladas de café não torrado, superando em 8,48% o volume total embarcado nesse mesmo mês em 2022.
Apesar das exportações terem superado em volume as do ano anterior, a receita cambial obtida pelo produto caminhou na direção oposta, com um recuo de 16,86% neste comparativo. O movimento está sendo reflexo das quedas nos preços do café ao longo desse ano, pressionadas principalmente pelas estimativas elevadas para a safra brasileira.
Segundo os dados da Cecafé, entre janeiro e outubro deste ano, as exportações de café acumularam um total de 30,624 milhões de sacas de 60kg, sendo 24,23 milhões apenas do café tipo arábica.
Os principais importadores do café brasileiro são os EUA, Alemanha, Itália, Japão e Bélgica.
Como o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de cafés, as condições da safra repercutem fortemente no mercado.
O fenômeno do El Niño está causando problemas para os cafeicultores, que acompanham suas lavouras passarem por calores de 40°, ventos extremamente fortes, e até chuvas de granizo nas últimas semanas.
A preocupação está no pegamento das flores, que pode refletir em prejuízos significativos para a safra 2024/25, a qual deveria ser de bienalidade positiva.
O cenário na América do Sul está atuando como suporte para os futuros do café na Bolsa de Nova York e Londres.
No mês, os futuros do café arábica na Bolsa de NY variaram +16,56%, com o contrato dezembro (KCZ3) atingido a cotação de 195,00 cents/lp.
As recentes altas para o café arábica também foram apoiadas pelas contínuas quedas nos estoques certificados da ICE, os quais atingiram o nível de 224,066 mil sacas na última sessão de novembro (30).
Quanto ao café do tipo robusta, as cotações apresentaram variações mais sutis na Bolsa de Londres, com o contrato janeiro (RCF4) valorizando +2,59% no mês.
Voltando a atenção para o Brasil, o mercado ainda está incerto sobre os danos que podem ser causados pelo El Niño para a safra de café 2024/25, tanto que a ocorrência de chuvas e melhoras nas previsões meteorológicas já são o suficiente para derrubar novamente as cotações.
Para os cafeicultores brasileiros, porém, está confirmado a ocorrência de danos, apenas não se sabe a escala. Muitos estão reportando quedas fora do normal para os chumbinhos, assim como abortamentos inesperados nas floradas.
Tal cenário acima apresentado, refletiu também nos preços da saca do café no mercado interno, que contaram com altas significativas para as principais praças de negociação. O indicador Esalq do arábica variou +12,94% no mês, e o robusta +9,09%.
