Café Balanço Mensal – Jun/23: exportações brasileiras seguem abaixo do esperado

Nesse primeiro semestre do ano, as exportações totalizaram 873,319 mil toneladas de café não torrado, sendo que em igual período do ano anterior o volume era de 1,036 milhão de toneladas.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 05/07/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Café Brasil

O mês de junho também não foi muito positivo para as exportações brasileiras de café. Segundo os dados da Secex, foram exportadas 138,815 mil toneladas de café não torrado, volume que representa apenas 76,7% do que foi exportado nesse mesmo mês em 2022.

Nesse primeiro semestre do ano, as exportações totalizaram 873,319 mil toneladas de café não torrado, sendo que em igual período do ano anterior o volume era de 1,036 milhão de toneladas.

As exportações não foram as únicas a deixar o cafeicultor preocupado. Em junho os preços da saca do café arábica recuaram forte no mercado físico, com uma variação mensal de -18,45% na Bahia, -15,10% em Minas Gerais, -16,15% no Paraná e -16,67% em São Paulo, encerrando o mês com negócios reportados a R$810,00 a saca.

Para o café robusta não foi muito diferente, apesar da variação ser menor, e vemos o indicador da Esalq recuar -9,31% no mês.

O avanço da colheita no país pressiona os preços, principalmente com as condições climáticas favoráveis para a qualidade do grão e trabalhos no campo.

Até o dia 27 de junho a colheita da safra 2023/24 chegou a 45% do total, cerca de 6 pontos percentuais a frente dos trabalhos em igual período do ano anterior. É estimado que já foram colhidas 29,75 milhões de sacas de 60kg no país.

Café Mercado Externo

Mais uma vez acompanhamos os futuros do café arábica variarem forte na Bolsa de Nova York. Durante o mês de junho o contrato setembro (KCU3) variou -12%, recuando de 183,05 cents/lp para apenas 161,00 cents/lp.

Apesar da preocupação macroeconômica e da demanda global pelo produto, grande parte da pressão nesse mês veio da colheita da safra de café no Brasil. Como maior produtor e exportador mundial, o mercado se atenta para o tamanho da nova safra, a fim de consolidar a real oferta brasileira.

Mesmo com otimismo, os números da Colômbia, segundo maior produtor mundial de café arábica, auxiliar a segurar as cotações.

Segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia (FNC), a produção do café está sendo comprometida pelas condições climáticas adversas no país, acarretando assim no atraso da colheita do café. Também segundo a federação, o consumo nacional do produto teve um aumento de 5%, totalizando 171 mil sacas no mês de maio.

Outro suporte vem na redução dos estoques certificados, que caíram para 541,139 mil sacas, o menor nível em 7 meses.

Quanto aos futuros do café robusta, a variação mensal para o contrato setembro (RCU3) na Bolsa de Londres foi de +3,53%, apoiada principalmente pelas estimativas da menor oferta mundial.

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