Trigo – Mercado Externo
O cenário internacional do trigo registrou avanço consistente nas principais bolsas de referência nesta quarta-feira (5). Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato do trigo tipo SRW com vencimento de dezembro apreciou 0,8%, alcançando US$ 5,54 por bushel, enquanto o contrato de março teve incremento de 0,96%, finalizando a sessão a US$ 5,68 por bushel.
Em Kansas, o mercado de trigo tipo HRW acompanhou o movimento altista. O contrato de dezembro avançou 0,67%, negociado a US$ 5,40 por bushel, ao passo que o vencimento de março subiu 0,8%, atingindo US$ 5,53 por bushel.
O impulso predominante nas cotações decorre da retomada das compras chinesas de trigo norte-americano, operação de 120 mil toneladas, divididas entre 60 mil toneladas de trigo mole e 60 mil toneladas de trigo de primavera, com embarques previstos para dezembro. O anúncio estimulou recompras e ajustes de posições vendidas no mercado futuro.
A China, que havia adquirido quase 2 milhões de toneladas de trigo dos EUA na temporada 2024/25, permanecia ausente das compras no ciclo atual após colher uma safra recorde de 140,1 milhões de toneladas. Esse desempenho elevou a oferta doméstica e reduziu as importações para 4,2 milhões de toneladas no ano passado, queda próxima de 70% e o menor patamar em seis anos.
Na Rússia, os embarques seguem em ritmo moderado. De acordo com a União Russa de Grãos, o país exportou 18,2 milhões de toneladas entre julho e outubro de 2025, recuo de 28% frente ao mesmo intervalo de 2024, quando haviam sido enviadas 23,3 milhões de toneladas. Apenas em outubro, as exportações diminuíram 14,2%, atingindo 6,02 milhões de toneladas ante 7,02 milhões no ano anterior. Além disso, o número de destinos compradores caiu para 30 países, bem abaixo dos 50 registrados em outubro de 2024.
O governo russo também avalia estabelecer uma cota de exportação de grãos de 20 milhões de toneladas para o segundo semestre da safra 2025/26 — período entre 15 de fevereiro e 30 de junho de 2026. No ciclo anterior, o limite havia sido de 10,6 milhões de toneladas, restrito ao trigo e à cevada. Apesar das possíveis restrições, a projeção oficial permanece em 40 milhões de toneladas exportadas até o encerramento da temporada.
O trigo argentino da nova safra, com 11,5% de proteína, mantém-se como o mais barato do mundo, ofertado entre US$ 209 e US$ 211 por tonelada FOB para embarques em dezembro. O trigo russo com o mesmo teor proteico é cotado entre US$ 227 e US$ 229 por tonelada FOB para embarques entre novembro e dezembro, enquanto os grãos francês, ucraniano e romeno são negociados ligeiramente acima, com prêmios de US$ 2 a US$ 3 por tonelada em relação ao produto russo.
