Trigo Brasil: Pressão nas cotações com avanço da colheita e importações em alta

Enquanto Paraná e Rio Grande do Sul ampliam a oferta doméstica, moageiras brasileiras intensificam compras externas diante de preços mais competitivos.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 10/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

As cotações do trigo no Brasil seguem pressionadas. Nesta terça-feira (9), o indicador Cepea/Esalq registrou no Paraná o preço de R$1.387,86/tonelada para o trigo pão ou melhorador, queda de 0,8% em relação ao dia anterior. No Rio Grande do Sul, o trigo brando foi negociado a R$1.270,79/tonelada, recuo de 0,3% no comparativo diário.

No mercado físico, o comportamento dos preços foi semelhante na maior parte dos estados. No Rio Grande do Sul, a saca permaneceu estável, cotada em média a R$69,89. Em Santa Catarina, houve leve retração de 0,2%, para R$74,03/saca, enquanto no Paraná a queda foi mais expressiva, de 1,7%, com a saca negociada a R$73,90.

A tendência baixista deve persistir, sustentada pelo início da colheita no Paraná e no Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo em que os estoques globais ainda apresentam níveis elevados.

No Rio Grande do Sul, o plantio recuou 9%, totalizando 1,2 milhão de hectares, reflexo do alto custo de produção, das incertezas climáticas e das dificuldades de crédito. Apesar disso, conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS (até 4 de setembro), a safra apresenta bom desenvolvimento, com condições fitossanitárias adequadas. A alternância entre períodos chuvosos e secos tem favorecido o perfilhamento, o alongamento dos colmos e o avanço das fases reprodutivas.

No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (DERAL), de 8 de setembro, mostram lavouras em diferentes estágios, variando de frutificação e maturação ao início da colheita. Os trabalhos de corte começaram de forma lenta, mas os resultados das áreas afetadas pelas geadas indicam baixa produtividade. Por outro lado, as demais lavouras mantêm bom potencial e devem compensar as perdas localizadas.

A sanidade segue favorável, com registros pontuais de oídio e ferrugem. Até o momento, 12% da área já foi colhida, sendo que 83% das lavouras estão em boas condições, 12% em médias e apenas 5% em situação ruim.

O país segue ampliando suas compras no mercado internacional. Embora agosto de 2025 tenha registrado queda nas importações em comparação ao mês anterior e ao mesmo período de 2024, o acumulado do ano atingiu 4,68 milhões de toneladas, o maior volume desde 2007, representando alta de 2,7% frente a 2024.

Esse avanço é explicado principalmente pelos preços internacionais mais competitivos, que têm levado as moageiras brasileiras a reforçar as aquisições junto a países vizinhos, principalmente na Argentina.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), somente na primeira semana de setembro (5 dias úteis), foram importadas 112,4 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, o que já representa 19% do total adquirido em setembro de 2024 (quando foram importadas 591,3 mil toneladas em 21 dias úteis).

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