Trigo Brasil: País aumenta dependência do trigo importado em meio a queda na produção

Produção nacional recua 4,5% e importações devem crescer, reforçando dependência externa e pressionando o mercado doméstico.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 12/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

O mercado de trigo mantém um ritmo lento de negociações, com poucas variações nas cotações. Nesta quinta-feira (11), o indicador Cepea/Esalq apontou no Paraná o preço de R$1.387,72 por tonelada do trigo pão ou melhorador, avanço leve de 0,4% em relação ao dia anterior. No Rio Grande do Sul, o trigo brando permaneceu estável, negociado a R$1.269,72/tonelada.

No cenário regional, os moinhos gaúchos seguem bem abastecidos em função de compras anteriores e do menor ritmo de moagem, o que reduz a demanda imediata.

Em Santa Catarina, o mercado doméstico continua praticamente parado, à espera do avanço da colheita, enquanto as indústrias locais seguem adquirindo trigo do Rio Grande do Sul.

No Paraná, os moinhos também se abastecem majoritariamente com produto gaúcho. Além disso, o cereal importado do Paraguai e da Argentina segue em negociação, com preços de entrada bastante competitivos, reforçando a pressão sobre o mercado interno.

No mercado físico, a média das cotações no Rio Grande do Sul está em R$ 70,08 por saca. Em Santa Catarina, o valor gira em torno de R$ 73,85/saca, enquanto no Paraná a saca é comercializada a R$ 73,00.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem o 12º levantamento da safra 2024/25, projetando uma produção de 7,53 milhões de toneladas, redução de 4,5% em comparação com o ciclo anterior. Em relação à estimativa anterior, houve queda de 3,5%, reflexo de ajustes nas áreas cultivadas em Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.

As importações devem atingir 6,4 milhões de toneladas, acima das 6,2 milhões previstas no relatório passado. Esse montante equivale a 93,6% do total importado na temporada 2023/24.

Já os estoques finais estão estimados em 1,49 milhão de toneladas, crescimento de 6,5% frente ao volume registrado no ciclo anterior.

Com relação ao andamento da safra, a semeadura foi concluída no mês passado em todo o país. Aproximadamente metade das lavouras ainda se encontra em fase de desenvolvimento vegetativo, especialmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

No Paraná, a colheita já foi iniciada, enquanto Goiás e Minas Gerais estão próximos de finalizar os trabalhos de campo. No Mato Grosso do Sul, mais de 50% da área já foi colhida.

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