Trigo Brasil: Cenário de estabilidade nas cotações com mercado apático

Mercado doméstico segue apresentando baixa liquidez. Lavouras no RS apresentam bom potencial produtivo. No patamar atual de preços, produtores no PR enfrentam prejuízos de cerca de R$ 10 por saca.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 24/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Trigo Brasil

O mercado brasileiro de trigo encerrou a quinta-feira (23) sob um cenário de estabilidade. De acordo com o indicador Cepea/Esalq, o trigo pão ou melhorador no Paraná foi negociado a R$ 1.193,18 por tonelada, recuo marginal de 0,2% frente à sessão anterior. No Rio Grande do Sul, o trigo brando manteve-se inalterado, cotado em R$ 1.104,95 por tonelada.

No mercado físico, as cotações também apresentaram comportamento estável, exceto em Santa Catarina, onde o preço médio avançou 1,4% no comparativo diário, alcançando R$ 62,60 por saca. No Rio Grande do Sul, o valor médio segue em R$ 61,50/saca, enquanto no Paraná a média é de R$ 64,49/saca.

Os moinhos permanecem reticentes nas compras, e o mercado doméstico demonstra baixa liquidez diante da valorização do real e da escassez de negócios relevantes. No Rio Grande do Sul, há maior interesse de moinhos de fora do estado, porém sem efetivação de contratos, uma vez que o produto ainda não está disponível nas regiões de maior demanda. Em Santa Catarina, o mercado segue praticamente paralisado, com a colheita ainda por iniciar. No Paraná, produtores rurais observam queda contínua na rentabilidade, conforme os custos de produção superam os preços recebidos. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), o custo médio de produção está em R$ 74,63 por saca, resultando em um prejuízo estimado de cerca de R$ 10 por saca.

No campo, as lavouras do Rio Grande do Sul apresentam bom desempenho agronômico. Conforme a Emater/RS, 38% das áreas encontram-se na fase de enchimento de grãos e 45% em maturação, enquanto a colheita avança gradualmente, atingindo 10% da área total, sobretudo nas regiões de semeadura mais precoce. As condições meteorológicas recentes, caracterizadas por temperaturas amenas, boa luminosidade e menor umidade, favoreceram tanto a maturação quanto o início da colheita.

De modo geral, as lavouras exibem elevado potencial produtivo, especialmente aquelas conduzidas com manejo adequado de adubação e controle fitossanitário. Os grãos colhidos têm apresentado, em sua maioria, índice de PH acima de 78, sinalizando boa qualidade industrial. As produtividades variam entre 2.400 e 4.200 kg/ha, dependendo da região, da tecnologia empregada e da incidência de doenças.

A área cultivada com trigo no estado soma 1.141.224 hectares, e a produtividade revisada, diante do bom desempenho das lavouras, foi ajustada para 3.261 kg/ha, um avanço de 8,81% em relação à estimativa inicial.

No Paraná, o Deral informa que a colheita segue em ritmo irregular, influenciada pelas condições climáticas locais. Em diversas regiões, o excesso de umidade interrompeu os trabalhos, provocando redução gradual do PH dos grãos e risco de perdas na qualidade.

Apesar disso, grande parte das lavouras ainda apresenta desempenho dentro das expectativas iniciais. A previsão de tempo mais firme deve favorecer a conclusão da colheita nas próximas semanas. O órgão estima que 77% da área total já foi colhida, com 86% das lavouras avaliadas em boas condições e 14% em estado mediano.

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