MINUTO DO MILHO: Milho recua em Chicago com pressão cambial e ampla oferta global

Desvalorização do dólar reduz competitividade dos EUA, enquanto no Brasil a demanda interna firme sustenta prêmios acima da paridade de exportação

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 04/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Nesta quarta-feira (03), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia em baixa. O vencimento de setembro foi cotado a US$ 3,97/bushel, queda de 1,34% em relação ao dia anterior, enquanto o contrato de dezembro recuou 1,18%, para US$ 4,18/bushel.

O movimento de desvalorização esteve atrelado, em grande parte, à fraqueza do dólar frente a outras moedas. A moeda norte-americana mais enfraquecida tende a reduzir a competitividade das exportações dos Estados Unidos, pressionando as cotações das commodities agrícolas.

No último dia 2, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou o relatório semanal de inspeções até 28 de agosto. Foram inspecionadas 1,407 milhão de toneladas de milho, avanço de 5,1% sobre a semana anterior e expressivos 41,2% acima das 966 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado. No acumulado do atual ano comercial, os embarques já totalizam 66,966 milhões de toneladas, superando em 28,6% as 52,067 milhões embarcadas no mesmo intervalo de 2024.

O USDA também atualizou as condições das lavouras, com observações até o dia 31 de agosto. As áreas classificadas como boas ou excelentes recuaram para 69%, queda de 2 pontos percentuais frente à semana anterior, mas ainda 4 pontos acima do mesmo período de 2024. Já 22% foram avaliadas como regulares e 9% entre ruins e muito ruins.

No Brasil, os preços futuros do milho na B3 tiveram variação moderada, operando em campo misto. O contrato de setembro fechou a R$ 65,31/saca, avanço de 0,55%, enquanto o de novembro caiu 0,23%, negociado a R$ 68,99/saca.

Os agentes do mercado acompanham a reta final da colheita. No Paraná, 94% das lavouras já foram retiradas do campo e o restante encontra-se em fase de maturação, segundo dados do Departamento de Economia Rural (DERAL).

O cenário global de ampla oferta, somado à desvalorização do dólar frente ao real, tende a limitar a competitividade das exportações brasileiras. Ainda assim, a demanda doméstica mais firme deve sustentar os prêmios internos acima da paridade de exportação.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea) com base Campinas encerrou o dia a R$ 64,58/saca, alta de 0,1% sobre a sessão anterior. Já as praças no mercado físico também registraram relativa estabilidade: em Santa Catarina, a média ficou em R$ 62,75/saca; em Minas Gerais, a R$ 58,38/saca; e no Mato Grosso, a R$ 43,44/saca.

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