MINUTO DO MILHO: Mercado observa volatilidade moderada em Chicago e valorização no Brasil

Contratos futuros americanos se movem de forma heterogênea, enquanto no Brasil a escassez de oferta em meio a resistência dos produtores, além do avanço da demanda, mantêm preços firmes.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 30/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a quarta-feira (29) em movimento misto. O vencimento de dezembro apresentou elevação de 0,46%, finalizando a sessão a US$ 4,34 por bushel, enquanto o contrato de março subiu 0,13%, cotado a US$ 4,46 por bushel. Já os vencimentos de maio permaneceram estáveis, ao passo que os de julho e setembro recuaram levemente.

As cotações permanecem próximas das máximas observadas desde junho, sustentadas por um cenário de ajuste na oferta global e recomposição gradual da demanda doméstica norte-americana. Embora as projeções indiquem uma safra recorde nos Estados Unidos, há revisões para baixo na produtividade média, o que contribui para a manutenção do viés altista.

As condições climáticas e o ritmo de colheita seguem como fatores determinantes para a volatilidade dos preços. Vale ressaltar que a ausência de dados oficiais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) devido ao shutdown do governo dos EUA faz com que os agentes de mercado não tenham as informações mais precisas, com isso permanecem em cautela, evitando assumir grandes exposições no mercado.

Além dos fundamentos de oferta e demanda, o mercado é influenciado pela melhora no diálogo entre Estados Unidos e China, que têm reunião prevista para esta quinta-feira (30). O aumento do otimismo em torno das negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo reforça o sentimento positivo entre os participantes do mercado de grãos.

Milho – Mercado Interno

No cenário doméstico, os preços do milho avançaram entre os principais contratos da B3. O vencimento de novembro encerrou o pregão cotado a R$ 68,41 por saca, valorização de 1,32% em relação à sessão anterior, enquanto o contrato de janeiro subiu 0,89%, para R$ 71,64 por saca.

O Indicador Cepea/Esalq (base Campinas-SP) apresentou leve aumento de 0,3%, sendo negociado a R$ 66,03 por saca. No mercado físico, as variações foram pontuais, predominando estabilidade nas principais praças. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 62,56/saca; no Paraná, R$ 52,83/saca; em Goiás, R$ 54,38/saca; e no Mato Grosso, R$ 46,52/saca.

Há indícios de recuperação da demanda doméstica, sobretudo por parte de indústrias e granjas, enquanto a oferta segue ajustada, fator que contribui para a sustentação das cotações, principalmente nas regiões interioranas. Produtores demonstram resistência em negociar, julgando os preços atuais pouco atrativos e priorizando o avanço do plantio da próxima safra. O câmbio estável limita tanto ganhos adicionais quanto a competitividade das exportações brasileiras.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de outubro (18 dias úteis), o Brasil exportou 5,14 milhões de toneladas de milho, volume equivalente a 80,4% do embarcado em outubro de 2024 (6,40 milhões de toneladas ao longo de 22 dias úteis).

Os embarques não avançam em ritmo maior devido à competição com o mercado interno e à perda momentânea de competitividade externa em relação aos seus concorrentes. Ainda assim, o mercado internacional mantém atenção à posição do milho brasileiro no comércio global, especialmente diante do avanço das exportações norte-americanas e ucranianas.

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