MINUTO DO MILHO: Demanda externa robustece preços em Chicago, enquanto no Brasil mercado se ajusta moderadamente

Investidores ajustam posições antes do USDA e mercado reage ao bom desempenho das inspeções para exportação de milho dos Estados Unidos. No mercado interno, produtores focam no plantio da safra de verão e compradores adquirem lotes apenas de forma pontual.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 11/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho iniciaram a semana em alta na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira (10), o vencimento de dezembro avançou 0,56%, encerrando o pregão a US$ 4,29 por bushel. O contrato de março seguiu a mesma direção, com valorização de 0,54%, negociado a US$ 4,44 por bushel.

O movimento foi sustentado pelo otimismo observado nos mercados de soja, petróleo bruto e ações, impulsionado pelas expectativas de avanço nas negociações para encerrar a paralisação do governo dos Estados Unidos. Esse ambiente elevou o apetite ao risco e estimulou a entrada de compradores. Além disso, agentes buscaram ajustar posições antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será publicado nesta sexta-feira (14), após um hiato desde setembro.

Outro vetor de suporte às cotações é a demanda aquecida pelo cereal no mercado internacional. Segundo o USDA, até 6 de novembro, as inspeções de embarques totalizaram 1,424 milhão de toneladas, queda semanal de 16,8%, porém 76,5% acima do volume registrado no mesmo período de 2024. No acumulado do ano comercial, os envios somam 13,725 milhões de toneladas, incremento expressivo de 65,7% ante igual intervalo do ano passado (8,281 milhões de toneladas).

Milho – Mercado Interno

No cenário doméstico, os preços encerraram o dia de forma heterogênea. Na B3, o contrato de novembro teve alta discreta de 0,06%, encerrando a R$ 67,76 por saca, enquanto o vencimento de janeiro recuou 0,55%, cotado a R$ 70,72 por saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), referência para Campinas (SP), avançou 0,3%, registrando R$ 67,31 por saca. No mercado físico, a maior parte das praças apresentou elevação nos preços médios, com destaque para Mato Grosso (+1,4%; R$ 47,18/saca), Minas Gerais (+1,2%; R$ 61,00/saca) e Santa Catarina (+0,3%; R$ 60,98/saca).

A demanda consistente das indústrias de etanol e ração continua dando sustentação às cotações, mantendo o consumo interno como elemento central para a firmeza do mercado. Apesar disso, muitas empresas afirmam ter estoques adequados para o curto prazo e têm realizado compras pontuais. Do lado da oferta, produtores seguem concentrados no plantio da safra de verão e, nas negociações, focam o cumprimento de contratos existentes, aguardando novas altas para retomar a comercialização no mercado spot.

Entretanto, há limites para ganhos adicionais, em razão da última safra volumosa, da valorização do real, que reduz a competitividade das exportações, da concorrência externa mais agressiva e do avanço da semeadura da nova temporada.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de novembro (cinco dias úteis), o Brasil embarcou 1,14 milhão de toneladas de milho, volume equivalente a 24,1% do total exportado em novembro de 2024 (4,72 milhões de toneladas em 19 dias úteis).

No campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informa que, até 9 de novembro, 47,7% da área estimada para a safra de verão havia sido plantada. Em Minas Gerais, os trabalhos ganharam ritmo com o retorno das chuvas. No Rio Grande do Sul, áreas semeadas em agosto iniciaram o florescimento, beneficiadas pelas precipitações, apesar dos danos causados por granizo e ventos fortes em Sarandi e Barra Funda.

No Paraná, a maior parte das lavouras apresenta bom desenvolvimento, embora algumas tenham sido prejudicadas por chuvas intensas, queda de granizo e rajadas de vento. Na Bahia, o plantio foi retomado após a regularização das chuvas. Em Santa Catarina, as atividades estão próximas do encerramento, mas algumas regiões registram crescimento vegetativo limitado, devido às temperaturas baixas e ao excesso de umidade. Em Goiás, a semeadura segue em ritmo mais lento.

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?