MINUTO DO MILHO: Demanda energética impulsiona preços nos EUA, enquanto o Brasil mantém ritmo contido

Avanço do etanol e possível corte na safra americana elevam o cereal na CBOT; no Brasil, o cenário é de incertezas climáticas e liquidez limitada.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 06/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a quarta-feira (5) em território positivo. O contrato de dezembro registrou avanço diário de 0,88%, encerrando a sessão a US$ 4,35 por bushel, enquanto o vencimento de março valorizou 1,08%, alcançando US$ 4,49 por bushel.

A firmeza nas cotações esteve ancorada na robusta demanda interna pelos derivados de milho nos Estados Unidos. Segundo a Administração de Informação Energética (EIA), a produção de etanol atingiu 1,123 milhão de barris por dia, patamar recorde e 32 mil barris acima do verificado na semana anterior. Como consequência, os estoques avançaram 288 mil barris, somando 22,655 milhões de barris em 31 de outubro. Por outro lado, as exportações de etanol recuaram para 107 mil barris diários, redução de 68 mil barris, ao passo que o consumo pelas refinarias diminuiu 7 mil barris, totalizando 904 mil barris por dia.

Além disso, o mercado trabalha com a possibilidade de uma revisão baixista na estimativa de safra de milho dos Estados Unidos no próximo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura (USDA), o que adiciona sustentação às cotações internacionais. A projeção mais recente do órgão aponta para uma produção total de 427,11 milhões de toneladas.

Milho – Mercado Interno

No ambiente doméstico, os preços do milho exibiram movimentos heterogêneos entre os principais contratos da B3. O vencimento de novembro encerrou o pregão a R$ 68,44 por saca, alta de 0,59% frente ao dia anterior, enquanto o contrato de janeiro mostrou leve incremento de 0,07%, alcançando R$ 71,78 por saca. Já os vencimentos de março e maio de 2026 recuaram marginalmente.

O Indicador Cepea/Esalq (Campinas-SP) subiu 0,2%, sendo negociado a R$ 66,80 por saca. No mercado físico, as oscilações foram discretas, com predomínio de estabilidade nas principais regiões produtoras. As médias do dia ficaram em R$ 62,31/saca no Rio Grande do Sul; R$ 53,70/saca no Paraná; R$ 54,83/saca em São Paulo; e R$ 60,60/saca em Minas Gerais.

A dinâmica interna reflete o ajuste positivo em Chicago combinado com o recuo do câmbio. Condições climáticas mais favoráveis no Centro-Oeste, que aceleraram a semeadura da safra de inverno, contrastam com o excesso de chuvas no Paraná, fator que pode gerar prejuízos no local. Esse cenário aumentou a cautela dos agentes em assumir posições mais agressivas no mercado.

As negociações permaneceram restritas e voltadas ao curto prazo. No Rio Grande do Sul, a oferta doméstica ainda é limitada, mantendo o estado dependente do ingresso de milho de outras regiões e do Paraguai. Em Santa Catarina, a divergência entre pedidos e ofertas continua travando as operações. No Mato Grosso do Sul, a liquidez segue reduzida, com produtores resistindo a reduzir preços, enquanto a demanda externa mais enfraquecida limita avanços mais expressivos nas compras.

Quanto aos prêmios de exportação, as indicações para julho de 2026 permanecem praticamente inalteradas desde a semana anterior. O milho dos Estados Unidos segue mais competitivo no mercado internacional em relação ao produto brasileiro. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulga nesta quinta-feira (6) os dados consolidados das exportações nacionais do cereal.

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