MINUTO DO MILHO: Cotações seguem pressionadas na CBOT e B3

Com a pressão da oferta e do câmbio, cotações seguem enfraquecidas. No Brasil, planos de expansão dos derivados sinalizam avanço na demanda do grão.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 18/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Nesta quarta-feira (17), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em queda. O vencimento de dezembro recuou 0,65%, cotado a US$ 4,26/bushel, enquanto o de março registrou retração de 0,58%, para US$ 4,44/bushel.

O avanço da colheita nos Estados Unidos, aliado às condições climáticas favoráveis e às projeções de safra recorde, exerceu forte pressão sobre o mercado, estimulando a realização de vendas técnicas. Outro fator de influência negativa foi a redução na produção de etanol, que atingiu o menor patamar em quase quatro meses, ampliando o peso baixista sobre as cotações.

Além disso, a valorização do dólar antes de um possível corte na taxa de juros pelo Federal Reserve contribuiu para o movimento de queda. Um câmbio mais alto encarece os produtos norte-americanos, reduzindo sua competitividade no cenário internacional.

Milho – Mercado Interno

No Brasil, o movimento de retração também se refletiu nos preços futuros. Na B3, o contrato de novembro encerrou a R$ 67,18/saca, queda de 0,47%, enquanto o vencimento de janeiro recuou 0,45%, cotado a R$ 70,18/saca.

As cotações domésticas acompanharam a tendência de Chicago, mas foram também influenciadas pelo câmbio. A valorização do real frente ao dólar diminui a competitividade do milho brasileiro no mercado externo, ampliando a pressão sobre o mercado interno. Além disso, entraves logísticos, como limitações de armazenagem, somados a compromissos financeiros dos produtores, começam a pesar sobre a formação dos preços.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), com base em Campinas, encerrou o dia em alta de 0,3%, a R$ 65,36/saca. No mercado físico, a liquidez segue reduzida, com negociações restritas em grande parte das regiões. Em Santa Catarina, a média subiu 1,5%, chegando a R$ 60,90/saca, enquanto no Rio Grande do Sul houve recuo de 0,9%, para R$ 61,92/saca. Já no Paraná e em Goiás, não foram registradas variações, com as cotações médias estáveis em R$ 52,81/saca e R$ 53,08/saca, respectivamente.

Como destaque adicional, o Grupo Sada anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão em usinas de etanol de milho em Jaíba/MG e Montes Claros de Goiás/GO. A estratégia prevê a adaptação das unidades para o modelo flex, apto a processar tanto milho quanto cana-de-açúcar, garantindo operação contínua durante todo o ano e reduzindo a dependência da safra canavieira.

Para assegurar o fornecimento de matéria-prima, a companhia iniciou neste mês encontros com produtores em regiões estratégicas de Mato Grosso, Goiás e Bahia. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a produção brasileira pode alcançar 15 bilhões de litros anuais até 2032, sustentada pela expansão da segunda safra do cereal. Esse avanço projeta crescimento consistente do consumo interno de milho nos próximos anos.

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