MINUTO DO MILHO: Avanço moderado em Chicago reflete apoio da soja e firmeza da demanda por etanol nos EUA

Mercado doméstico acompanha tendência positiva, com suporte do dólar, do consumo interno e da retração dos produtores durante a semeadura da nova safra.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 21/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho iniciaram a semana com leve valorização na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira (20), o vencimento de dezembro registrou avanço de 0,19%, encerrando a sessão a US$ 4,23 por bushel, enquanto o contrato para março apresentou ganho de 0,14%, cotado a US$ 4,37 por bushel.

A recuperação das cotações foi impulsionada principalmente pelo movimento positivo observado no mercado da soja, que reagiu às declarações recentes de Donald Trump sobre uma possível retomada de negociações comerciais com a China. Além disso, o consumo doméstico norte-americano permanece aquecido, com destaque para a forte demanda das usinas de etanol.

O mercado também mantém atenção ao andamento da colheita nos Estados Unidos, após uma semana marcada por ganhos refletindo produtividades abaixo das expectativas em importantes regiões do Meio-Oeste.

No comércio exterior, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, até 16 de outubro, as inspeções semanais de exportação somaram 1,317 milhão de toneladas, aumento de 8,9% em relação à semana anterior e 31,6% acima do mesmo período de 2024. No acumulado do atual ano comercial, o volume inspecionado para embarques alcançou 9,338 milhões de toneladas, crescimento expressivo de 60,6% frente ao registrado em igual intervalo do ano passado (5,814 milhões de toneladas).

Milho – Mercado Interno

No ambiente doméstico, os preços futuros também exibiram movimento altista. Na B3, o contrato de novembro encerrou o pregão a R$ 68,95 por saca, alta de 0,8% em comparação ao fechamento anterior. O vencimento de janeiro apresentou variação marginal de 0,03%, praticamente estável, negociado a R$ 71,57 por saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), referência para Campinas (SP), registrou leve recuo de 0,1%, finalizando o dia em R$ 65,49 por saca. No mercado físico, as médias estaduais permaneceram praticamente inalteradas: R$ 62,45 no Rio Grande do Sul, R$ 52,80 no Paraná e R$ 53,99 em Goiás. No Mato Grosso, contudo, observou-se avanço de 1,4%, com o preço médio atingindo R$ 45,91 por saca.

Com certa estabilidade na oferta, o mercado segue amparado por uma demanda interna aquecida, especialmente por parte das usinas de etanol, que operam com margens atrativas, incentivando a expansão do setor e abrindo espaço para novas plantas industriais. O segmento de ração animal também permanece como importante vetor de sustentação dos preços. Além disso, muitos produtores seguem retraídos, concentrando esforços na semeadura da safra de verão 2025/26, o que limita a oferta disponível no curto prazo.

Nos portos brasileiros, as cotações do cereal avançaram, acompanhando a valorização do dólar e o comportamento positivo do mercado externo. Esse movimento tende a se refletir no mercado interno, uma vez que eleva a paridade de exportação e reforça a percepção de firmeza nas cotações domésticas.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de outubro (13 dias úteis), as exportações brasileiras de milho totalizaram 3,57 milhões de toneladas, volume correspondente a 55,8% do embarcado em outubro de 2024, quando foram exportadas 6,40 milhões de toneladas ao longo de 22 dias úteis.

Conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 19 de outubro, 33,2% da área prevista para o plantio do milho no país já havia sido semeada. Em Minas Gerais, as atividades ocorrem de forma pontual, acompanhando o ritmo das precipitações. No Rio Grande do Sul, o plantio avança nas regiões de cultivo tardio, favorecido pelas condições climáticas que têm garantido bom desenvolvimento vegetativo.

No Paraná, os trabalhos de semeadura estão próximos da conclusão. As chuvas recentes beneficiaram as lavouras em todo o estado, especialmente na região norte, onde antes havia registros de déficit hídrico. Já em Santa Catarina, o excesso de precipitação no meio-oeste interrompeu temporariamente o plantio. Apesar de o frio e a baixa luminosidade terem retardado o crescimento em algumas áreas, de forma geral, o desenvolvimento das lavouras segue satisfatório.

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