Estamos acompanhando um início de mês positivo para os futuros do milho. Até o momento, o contrato dezembro na CBOT (ZCZ22) acumulou, nas três primeiras sessões, uma valorização de +1,15% atingindo uma máxima de US$ 6,915 por bushel. O quadro positivo é resultado da fraqueza do dólar ante as demais moedas e a valorização dos preços do petróleo, os quais, subiram +4% nesta terça-feira (04).
Na segunda-feira (03), o USDA divulgou os dados norte-americanos. A colheita do milho no país alcançou, até o dia 02 de outubro, apenas 20%, 7 pontos percentuais abaixo da mesma época do ano anterior, dando suporte para os preços. As condições de lavoura entre boas/excelentes somaram 59%. Na última semana de setembro, o volume de grãos inspecionado para exportação foi de 661.658 toneladas, -29% abaixo do volume de setembro de 2021.
Na B3, os futuros do milho foram em sentido oposto a Chicago. Marcado por quedas acima de 1%, os preços sentiram a pressão da valorização do real comercial. O vencimento novembro desvalorizou -1,41%, encerrando a terça-feira (04) cotado a R$86,41.
No Brasil, o mercado físico também foi pressionado pela valorização da moeda local. Com a queda nos preços da saca, as negociações seguem em ritmo mais lento. Ontem (04), em Mogiana/SP a saca estava sendo vendida a R$ 84,00, em Uberlândia /MG a R$ 80,00 e em Cascavel/PR a R$ 84,00. Até o dia 30 de setembro, o plantio do milho no país alcançou 36,9%.
Segundo a ANEC, as exportações brasileiras de milho são esperadas em 4,208 milhões de toneladas para esse mês de outubro, ou seja, um aumento de +124% quando comparado com o mesmo mês do ano passado! E dentro desse cenário, o destaque vai para a Hungria, possível novo importante importador do grão. Aquele país, produz em média 8 milhões de toneladas em suas safras, entretanto, a região sofreu com uma seca severa que afetou as plantações. O Ministério de Agricultura Húngaro informou à Reuters que a nova estimativa da safra 2022 é de apenas 3 milhões de toneladas, aumentando assim a necessidade de importação. No início dessa semana o país já importou em torno de 1 milhão de toneladas de milho.
Finalizando, a Argentina, terceiro maior exportador desse grão, exportou no mês de setembro um volume de 2,814 milhões de toneladas, uma queda de -30% quando comparado com o mesmo mês do ano anterior.