O início da semana foi tranquilo para o café, sem maiores movimentações tanto nos preços físicos como nos futuros da ICE. A sessão de segunda-feira (05) em Nova York fechou do mesmo jeito que abriu, com o contrato março (KCH3) valendo 162,60 cents/lp.
Nas últimas semanas, acompanhamos os principais pontos de pressão para a commodity: preocupação com o consumo na Europa e nos Estados Unidos devido a fatores macroeconômicos, e temor com a oferta da safra 2022/23 no Brasil, maior produtor mundial de café. Entretanto, não podemos nos ater apenas a isto e certamente o mercado não o faz.
Na segunda-feira (05), a Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia informou que a produção do café colombiano teve queda de -6% no mês de novembro. Em 2021 o volume produzido foi de 1,131 milhão de sacas de 60kg. Para a exportação o cenário é ainda pior e, em comparação com o mesmo mês em 2021, representa -25% do volume total, saindo de 1,135 milhão de sacas para o atual 854 mil.
Após o mercado absorver a informação, a sessão de terça-feira (06) iniciou bem positiva para os futuros do café, com alta de mais de 2% para os principais contratos na bolsa. Porém, os patamares mais elevados não conseguiram se manter por muito tempo.
Nesta terça-feira (06), a União Europeia aprovou um acordo que impede a compra de produtos ligados ao desmatamento global e o café está entre os produtos que podem ser afetados com as novas diretrizes.
No Brasil, a cultura do café não está diretamente ligada ao desmatamento e, como acompanhei durante a Semana Internacional do Café, está se tornando um meio de lutar contra esse ato criminoso. O problema estará na parte burocrática do novo acordo, que envolve a comprovação e novas exigências nos regulamentos da exportação para a UE.
A informação serviu como freio para as altas e os futuros do café arábica contrato março (KCH3) na Bolsa de Nova York encerraram a sessão do dia com alta de +0,80%, cotado a 163,90 cents/lp.