MINUTO DA SOJA: Oleaginosa tem dia de baixa no exterior e estabilidade no Brasil

Mercado reage ao impasse comercial entre China e EUA e ao avanço da colheita americana, enquanto produtores brasileiros se preparam para safra marcada por custos altos e incertezas climáticas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 16/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Soja – Mercado Externo

Nesta segunda-feira (16), os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em queda. O vencimento de novembro foi cotado a US$ 10,42/bushel, recuo de 0,34% frente à sessão anterior, enquanto o contrato de janeiro também caiu 0,34%, sendo negociado a US$ 10,61/bushel.

O cenário internacional permanece marcado pela cautela. A ausência da China nas compras da oleaginosa norte-americana, em meio ao impasse comercial com os Estados Unidos, limita a demanda e contribui para a pressão negativa sobre os preços. Além disso, movimentos de realização de lucros após a valorização da semana anterior reforçaram a trajetória de baixa. O avanço da colheita nos EUA, ampliando a oferta disponível, acrescentou peso adicional às cotações.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 14 de setembro, 63% das lavouras estavam classificadas entre boas e excelentes, redução de 1 ponto percentual em relação à semana anterior e ao mesmo período de 2024. As áreas em condição regular permaneceram em 26%, mas registraram leve aumento em comparação ao ano passado. Já as lavouras avaliadas como ruins ou muito ruins atingiram 11%, avanço de 1 ponto percentual frente à semana anterior e estabilidade na comparação anual.

A colheita da safra norte-americana já alcança 5% das áreas, contra 6% no mesmo período do ano passado e acima da média de 3% registrada nos últimos cinco anos.

No comércio exterior, as inspeções de exportação até 11 de setembro totalizaram 804 mil toneladas, alta de 172% frente à semana anterior e de quase 170% em relação ao mesmo período de 2024. No acumulado do ano comercial, os Estados Unidos já exportaram 1,068 milhão de toneladas, crescimento de 142,9% frente às 747 mil toneladas embarcadas no ano anterior.

Soja – Mercado Interno

No Brasil, o mercado físico mostrou uma relativa estabilidade. Segundo o Indicador Esalq/B3 do Cepea, a oleaginosa encerrou o dia em Paranaguá a R$ 140,67/saca, baixa de 0,4%. Já no Paraná, houve leve avanço de 0,1%, com a saca cotada a R$ 135,13.

Nas praças físicas, o movimento também foi de estagnação. No fechamento do dia, a soja foi comercializada a R$ 126,71/saca no Mato Grosso do Sul, R$ 121,20 no Paraná e R$ 127,67 em Minas Gerais.

Com as exportações dos EUA limitadas pelo entrave comercial com a China, o Brasil mantém posição de destaque como fornecedor global. Entretanto, os prêmios de exportação não mostraram reação, e a combinação entre queda do dólar e recuo nas cotações internacionais vem trazendo um baixo volume de negócios no mercado doméstico.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, até a segunda semana de setembro (dez dias úteis), o Brasil exportou 2,71 milhões de toneladas de soja, o equivalente a 44,5% do volume embarcado em todo o mesmo mês de 2024 (6,10 milhões de toneladas em 21 dias úteis).

No campo, diversas regiões do país encerram nesta semana o vazio sanitário, dando início ao plantio da safra 2025/26. Essa medida é fundamental para o controle da ferrugem asiática, doença que ameaça a produtividade. Apesar do início do ciclo, produtores enfrentam o desafio de custos elevados de produção e preços futuros em patamares pressionados pela ampla oferta global. Do ponto de vista climático, a tendência é de neutralidade com viés para ocorrência de La Niña fraco até o final do ano, o que pode interferir no regime de chuvas durante o desenvolvimento da safra.

No Brasil Central, principal região produtora, o início do plantio deverá ocorrer sob condições irregulares. As chuvas previstas para a próxima semana devem marcar a transição do período seco para o úmido, mas apenas a consolidação das precipitações a partir de outubro permitirá maior ritmo de semeadura.

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