Soja – Mercado Externo
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (22) em terreno misto. O vencimento de novembro registrou alta de 0,39% frente ao dia anterior, cotado a US$ 10,34 por bushel, enquanto o contrato de janeiro avançou 0,15%, negociado a US$ 10,50 por bushel. Já os contratos de maio e julho de 2026 apresentaram recuos marginais, refletindo ajustes pontuais de posição.

O mercado recebeu suporte adicional após o Japão manifestar interesse em ampliar as aquisições de soja norte-americana. Além disso, as expectativas permanecem positivas em torno das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, maior compradora global da oleaginosa e historicamente o principal destino do produto dos EUA.
Na próxima semana, está prevista uma reunião entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul, encontro que poderá impulsionar novas tratativas comerciais. Um eventual acordo seria benéfico para ambas as economias: para a China, pela redução de custos e flexibilização tarifária; e para os EUA, pela necessidade de escoar sua ampla oferta de grãos.
Apesar disso, as estimativas indicam que os processadores chineses deverão importar entre 5 e 6 milhões de toneladas nos meses de dezembro e janeiro, abaixo dos 9 milhões anteriormente projetados. Os altos estoques internos têm limitado novas compras, e mesmo diante de um possível acordo comercial, as margens de esmagamento tendem a permanecer negativas, pressionadas pelos custos logísticos e pelas tarifas de frete marítimo.
Soja – Mercado Interno
No cenário doméstico, o Indicador Esalq/B3 (Cepea) apresentou comportamento divergente entre as principais praças de negociação. Em Paranaguá (PR), a saca foi cotada a R$ 138,21, leve recuo de 0,1% em relação ao pregão anterior. Já no Paraná, houve incremento diário de 0,2%, com fechamento a R$ 133,24 por saca.
No mercado físico, as cotações também oscilaram entre as regiões acompanhadas. Valorizações foram observadas no Rio Grande do Sul (R$ 124,29), Santa Catarina (R$ 125,00), Paraná (R$ 121,45), Mato Grosso (R$ 118,56) e Mato Grosso do Sul (R$ 125,40). Por outro lado, retrações foram registradas em São Paulo (R$ 126,25) e Minas Gerais (R$ 128,35).

O ritmo de negociações permanece moroso ao longo da semana no mercado interno, com poucos lotes direcionados aos portos e volumes pouco expressivos. A comercialização da nova safra segue lenta, marcada por baixa oferta e reduzido interesse dos produtores.
Contudo, no front externo, a China retornou ao mercado sul-americano, adquirindo embarques brasileiros para novembro, dezembro, março e junho, após um período de inatividade. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), as exportações de soja em outubro foram revisadas para 7,34 milhões de toneladas, ligeiro aumento de 0,4% ante a estimativa anterior (7,31 milhões). Em relação ao mesmo mês de 2024, o crescimento é expressivo, de 65,5%, evidenciando a robustez dos embarques nacionais e a continuidade da demanda chinesa pelo grão brasileiro, em detrimento do produto norte-americano.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta que a produção nacional de soja em 2026 deverá alcançar 178,5 milhões de toneladas, representando um avanço de 3,9% sobre a estimativa para 2025 (171,8 milhões). O esmagamento interno deve atingir 60,5 milhões de toneladas, alta de 3,4% frente ao volume processado neste ano (58,5 milhões).
As exportações também devem alcançar recordes, estimadas em 111 milhões de toneladas em 2026, ante 109,5 milhões previstas para 2025, incremento de 1,4%, consolidando o Brasil como líder global na oferta da oleaginosa.
