MINUTO DA SOJA: Mercado sobe com rumores de compras Chinesas e recorde no esmagamento dos EUA

No Brasil, exportações aceleram e o plantio avança em ritmo desigual sob influência do clima.

Tempo de leitura: 4 minutos

| Publicado em 18/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Soja – Mercado Externo

Os futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em trajetória firmemente altista. Nesta segunda-feira (17), o contrato para janeiro avançou 2,92%, encerrando o pregão a US$ 11,57 por bushel, enquanto o vencimento de março registrou ganho de 2,39%, cotado a US$ 11,63 por bushel. Os preços atingiram o maior patamar desde junho de 2024.

O avanço das cotações foi impulsionado por rumores de que a China teria adquirido um volume expressivo de soja dos Estados Unidos, estimado em cerca de 20 navios, totalizando 1,3 milhão de toneladas. Embora o movimento sinalize uma possível reaproximação chinesa das origens norte-americanas, permanece inviável que o país alcance as 12 milhões de toneladas previstas para este ano, seja por conta dos elevados estoques domésticos, seja pelas limitações logísticas para escoamento da oleaginosa.

A demanda interna dos EUA também contribuiu para a sustentação das cotações. A Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (NOPA) informou que o esmagamento de soja em outubro totalizou 6,195 milhões de toneladas, recorde histórico para o mês, superando confortavelmente as expectativas, que apontavam para cerca de 5,7 milhões de toneladas.

No fluxo externo, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, até 13 de novembro, as inspeções semanais de embarques somaram 1,176 milhão de toneladas, alta de 4,6% frente à semana anterior, mas ainda representando queda acentuada de 48,1% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano comercial, os embarques alcançam 10,109 milhões de toneladas, recuo de 42,5% ante igual intervalo da temporada passada, quando totalizavam 17,587 milhões de toneladas.

Soja – Mercado Interno

No cenário doméstico, os preços apresentaram avanços modestos. Segundo o Indicador Esalq/B3 (Cepea), a saca de 60 kg em Paranaguá (PR) se valorizou 0,1%, alcançando R$ 140,29. No Paraná, o preço médio subiu 0,3%, chegando a R$ 134,92 por saca.

No físico, o comportamento regional foi heterogêneo. As maiores altas ocorreram no Mato Grosso do Sul (+1,1%, a R$ 126,28/saca) e no Mato Grosso (+0,8%, a R$ 120,37/saca). Já as quedas mais expressivas foram observadas em Minas Gerais (-0,9%, a R$ 128,00/saca) e no mercado paranaense (-0,7%, a R$ 122,28/saca).

As negociações seguem lentas devido à distância entre os valores ofertados pelos compradores e os pedidos dos vendedores. Produtores mantêm foco no plantio, enquanto a indústria e tradings operam com maior prudência diante dos elevados estoques remanescentes da safra 2024/25, das projeções de produção recorde para 2025/26, do recuo cambial e da queda nos prêmios de exportação.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro (10 dias úteis), o Brasil embarcou 2,30 milhões de toneladas de soja, volume equivalente a 90,2% do total exportado em todo o mês de novembro de 2024. A média diária de embarque é 71,3% superior à registrada no mesmo período do ano anterior, reforçando o papel dominante da soja brasileira no comércio internacional.

No campo, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que 69% da área nacional havia sido semeada até 16 de novembro. No Mato Grosso, o plantio está praticamente concluído, com bom desenvolvimento inicial, embora algumas áreas tenham exigido replantio por falta de chuvas. No Paraná, apesar do bom andamento geral, o excesso de precipitações em determinadas regiões prejudica tratos culturais e atrasa o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, as chuvas intensas limitaram o avanço da semeadura e provocaram alagamentos em áreas de várzea, enquanto as temperaturas mais baixas retardaram o crescimento inicial das plantas. Em Goiás, o plantio segue em ritmo satisfatório, já finalizado no Sudoeste, embora algumas áreas tenham necessitado replantio por falhas de germinação. No Mato Grosso do Sul, a regularidade das chuvas permitiu boa evolução das operações, e em Minas Gerais o avanço é constante, exceto no Noroeste, onde o regime hídrico insuficiente restringe o ritmo.

Em São Paulo, o plantio está concluído, com lavouras apresentando bom vigor. Na Bahia, o retorno das chuvas proporcionou forte avanço na semeadura. No Tocantins, apesar de o clima instável de outubro ter reduzido o estande de plantas em alguns talhões, o plantio ganhou tração com a retomada das precipitações. Já no Maranhão e Piauí, as atividades seguem descompassadas, acompanhando a irregularidade das chuvas regionais.

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