MINUTO DA SOJA: Mercado reage com alta após clima diplomático positivo entre Estados Unidos e China

Internamente, mercado vem de poucos negócios efetivos, com indústrias em final de temporada e produtores focados nas atividades de campo.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 28/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Soja – Mercado Externo

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em expressiva valorização. Nesta segunda-feira (27), o vencimento de novembro avançou 2,46%, encerrando a sessão a US$ 10,67 por bushel, enquanto o contrato de janeiro registrou ganho de 2,34%, cotado a US$ 10,85 por bushel.

A forte alta foi sustentada por expectativas em torno de um possível entendimento comercial entre Estados Unidos e China, envolvendo pautas econômicas sensíveis. Embora o grão não tenha sido diretamente incluído nas tratativas, sua menção nas declarações pós-encontro foi suficiente para impulsionar o sentimento positivo entre os agentes. O mercado, agora dominado pelo otimismo, aguarda confirmações concretas sobre o avanço das negociações bilaterais. Os presidentes Donald Trump e Xi Jinping devem se reunir ainda nesta semana, na Coreia do Sul, para dar continuidade às discussões.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 23 de outubro, as inspeções semanais de exportação totalizaram 1,061 milhão de toneladas, representando queda de 33,3% em relação à semana anterior e recuo expressivo de 59,7% frente ao mesmo período de 2024. Trata-se do menor volume semanal de embarques dos últimos 18 anos. No acumulado do atual ano comercial, as exportações somam 6,715 milhões de toneladas, retração de 36,9% em comparação ao mesmo intervalo do ciclo anterior, quando totalizavam 10,643 milhões de toneladas.

Soja – Mercado Interno

No ambiente doméstico, os preços exibiram leves ganhos. O Indicador Esalq/B3 (Cepea) apontou avanço de 0,1% em Paranaguá (PR), com a saca de 60 kg negociada a R$ 138,79, enquanto no Paraná o valor médio alcançou R$ 133,76/saca, alta de 0,2% frente ao dia anterior.

No mercado físico, o comportamento das cotações foi heterogêneo. Em Minas Gerais e Mato Grosso, os preços médios recuaram para R$ 129,85/saca e R$ 117,99/saca, respectivamente. Em contrapartida, houve elevação em Santa Catarina e no Paraná, com médias de R$ 125,40/saca e R$ 122,16/saca. Nas demais praças, as cotações permaneceram estáveis.

As negociações seguem lentas, refletindo um mercado amplamente vendido. Os line-ups indicam aproximadamente 104 milhões de toneladas comprometidas para embarque, enquanto as indústrias caminham para o encerramento da temporada, o que reduz o ímpeto comprador. Além disso, os produtores mantêm o foco nas atividades de campo.

Os prêmios de exportação recuaram, em meio à postura cautelosa de tradings, que aguardam definições sobre o acordo entre EUA e China e seus potenciais impactos sobre a demanda global. A recente desvalorização do dólar atenuou parte dos efeitos positivos da alta observada em Chicago sobre os preços internos.

De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 26 de outubro, 34,4% da área projetada para a safra 2025/26 já havia sido semeada. No Mato Grosso, as condições climáticas permaneceram favoráveis ao plantio e ao desenvolvimento inicial das lavouras. No Rio Grande do Sul, o avanço segue mais lento, diante da cautela dos produtores com relação às previsões meteorológicas. No Paraná, mais da metade da área prevista já foi implantada, com bom desempenho das plantações.

Em Goiás, mesmo com a redução das chuvas, o ritmo segue firme no Sudoeste do estado, com bom desenvolvimento tanto nas áreas de sequeiro quanto nas irrigadas. No Mato Grosso do Sul, as precipitações registradas em grande parte do território permitiram avanço significativo, embora volumes menores no Centro-Norte tenham limitado a operação. Em Minas Gerais, o plantio permanece concentrado nas áreas irrigadas.

Na Bahia, o retorno das chuvas acelerou as atividades. Em São Paulo e Tocantins, a regularização das precipitações favoreceu a retomada da semeadura. No Piauí e Maranhão, o plantio avança nas áreas irrigadas e teve início nas de sequeiro. Já em Santa Catarina, o excesso de umidade e as baixas temperaturas restringem o progresso. No Pará, as lavouras implantadas ao longo da BR-163 apresentam bom desenvolvimento inicial.

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