MINUTO DA SOJA: Cotações da oleaginosa seguem pressionadas no cenário global e doméstico

Medida do governo argentino altera dinâmica de compras chinesas, enquanto produtores brasileiros seguram vendas em busca de melhores preços.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 25/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Soja – Mercado Externo

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) prolongaram, nesta quarta-feira (23), a tendência de desvalorização iniciada no começo da semana. O vencimento de novembro encerrou o pregão cotado a US$ 10,09/bushel, recuo de 0,3% frente à sessão anterior, enquanto o contrato de janeiro registrou retração de 0,31%, negociado a US$ 10,28/bushel.

A pressão baixista sobre os preços decorreu da decisão do governo argentino de suspender temporariamente as tarifas de exportação sobre grãos e derivados. A medida, válida desde o início da semana, ampliou a competitividade das commodities argentinas no comércio internacional.

A China, principal compradora mundial da oleaginosa, aproveitou a isenção e adquiriu mais de 1 milhão de toneladas da soja argentina, segundo estimativas da Royal Rural. Esse movimento reduziu ainda mais a procura pela soja norte-americana, uma vez que Pequim não oficializou nenhuma compra da safra 2025/26 dos Estados Unidos até o momento.

Contudo, a suspensão tributária estava programada para vigorar até o final de outubro ou até que os registros de embarque alcançassem US$ 7 bilhões, patamar atingido em apenas dois dias, impulsionado pelo forte apetite chinês. Assim, as tarifas foram restabelecidas já nesta quinta-feira (25).

No mesmo período, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou o relatório semanal de vendas externas de soja, referente a 12 a 18 de setembro. As comercializações da safra 2025/26 somaram 724,5 mil toneladas, com destaque para negociações destinadas ao Egito, Taiwan, México, Indonésia e destinos não especificados. As exportações efetivas atingiram 512 mil toneladas, tendo como principais destinos Egito, Indonésia, Reino Unido, México e Japão.

Soja – Mercado Interno

No Brasil, o Indicador Esalq/B3 do Cepea apontou queda nas cotações nesta quarta-feira. Em Paranaguá, a saca foi negociada a R$ 133,67, retração de 1,4% no comparativo diário. No Paraná, a desvalorização foi de 0,8%, com a saca cotada a R$ 128,08.

No mercado físico, todas as praças apresentaram quedas expressivas. Os recuos mais intensos foram registrados em São Paulo (-3,9%), Paraná (-3,1%) e Rio Grande do Sul (-2,3%), onde as cotações médias ficaram em R$ 121,75, R$ 113,79 e R$ 123,25 por saca, respectivamente.

A liquidez está no momento limitada no mercado doméstico. Produtores mantêm postura mais cautelosa, evitando negociar grandes volumes enquanto aguardam melhores patamares de preços e concentram esforços no avanço do plantio. A desvalorização do dólar ao longo da semana também pressiona os prêmios de exportação, reduzindo a competitividade da soja brasileira.

Adicionalmente, a forte movimentação da Argentina no mercado internacional redirecionou parte da demanda chinesa para o país vizinho, restringindo as compras da soja no Brasil em curto prazo. Apesar disso, cabe destacar que o Brasil permanece como principal fornecedor do grão ao mercado chinês até agosto deste ano.

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