Nesta quarta-feira (10), os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em queda. O vencimento de setembro foi negociado a US$10,05/bushel, recuo de 0,59% frente à sessão anterior, enquanto o contrato de dezembro cedeu 0,58%, cotado a US$10,25/bushel.

A pressão baixista no mercado internacional está relacionada ao acompanhamento da produtividade das lavouras norte-americanas em fase final de desenvolvimento, ao início da colheita e ao desempenho das exportações. A ausência de compras por parte da China tem limitado a demanda externa, contribuindo para o enfraquecimento das cotações.
Ainda assim, a persistência da seca em áreas produtoras dos Estados Unidos mantém o risco de perdas na safra, o que garante algum suporte aos preços no curto prazo.
No Brasil, as referências seguiram a mesma tendência observada em Chicago. De acordo com o Indicador Esalq/B3 do Cepea, a oleaginosa encerrou a sessão em Paranaguá a R$ 141,46/saca, queda de 0,2% em relação ao dia anterior. No Paraná, o recuo foi de igual magnitude, com a saca cotada a R$ 135,38.
No mercado físico, o movimento de desvalorização também prevaleceu: a soja foi comercializada, em média, a R$ 127,85 no Mato Grosso do Sul, R$ 126,25 em São Paulo e R$ 124,15 no Rio Grande do Sul.

Apesar da pressão de baixa, o desempenho robusto das exportações brasileiras tem sustentado as cotações no mercado doméstico. A forte demanda internacional tem intensificado a disputa entre compradores externos e consumidores internos, elevando os prêmios de exportação e limitando quedas mais expressivas.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somente na primeira semana de setembro, em cinco dias úteis, o Brasil embarcou 1,005 milhão de toneladas de soja, volume que corresponde a 16,5% do total exportado em setembro de 2024, quando foram registradas 6,106 milhões de toneladas ao longo de 21 dias úteis.

Na quinta-feira (11), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 12º levantamento da safra 2024/25.
Para a soja, a estimativa aponta uma produção recorde de 171,47 milhões de toneladas, avanço de 13,3% em relação ao ciclo anterior. O resultado é atribuído ao uso intensivo de tecnologia e às condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras.
As projeções também indicam exportações de 106,65 milhões de toneladas e estoques finais de 10,29 milhões de toneladas, reforçando o cenário de ampla oferta no país.
