MINUTO DO MILHO: Cotações do cereal segue movimento altista dos grãos

Alta da soja puxa o complexo de grãos, como o milho. Forte demanda externa também é fator altista para os preços. No Brasil, vendedores seguem retraídos do mercado com o foco no campo, onde 52.5% da área total já foi semeada, segundo Conab.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 18/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho abriram a semana em terreno positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira (17), o vencimento de dezembro registrou avanço de 1,42%, encerrando o pregão a US$ 4,41 por bushel. O contrato para março acompanhou o movimento, com acréscimo de 1,38%, negociado a US$ 4,55 por bushel.

A movimentação altista ocorreu em alinhamento ao desempenho do trigo e, sobretudo, à retomada de força da soja neste início de semana. O apetite chinês pela oleaginosa reacendeu o sentimento de otimismo entre os participantes, que passaram a especular uma possível ampliação da demanda também por cereais. Esse ambiente estimulou fundos e especuladores a recompor posições, após o ajuste baixista registrado na sessão anterior.

Outro vetor de sustentação decorre da firme demanda internacional por milho dos Estados Unidos, que permanece altamente competitivo no mercado global. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), até 13 de novembro, as inspeções de embarques somaram 2,053 milhões de toneladas, alta de 38,3% em relação à semana precedente e expressivos 135,1% acima do observado no mesmo intervalo de 2024. No acumulado do ano comercial, os envios totalizam 15,838 milhões de toneladas, incremento robusto de 73% sobre igual período do ano passado (9,155 milhões de toneladas).

Milho – Mercado Interno

No ambiente doméstico, as cotações apresentaram desempenho misto ao longo do dia. Na B3, o contrato de novembro recuou 0,24%, finalizando a R$ 67,53 por saca, enquanto o vencimento de janeiro avançou 0,72%, alcançando R$ 71,46 por saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea) para Campinas (SP) registrou leve progresso de 0,1%, cotado a R$ 67,62 por saca. No mercado físico, predominou a alta nos preços médios, com destaque para Mato Grosso (+1,4%; R$ 47,07/saca), Santa Catarina (+0,8%; R$ 60,98/saca) e Minas Gerais (+0,5%; R$ 61,88/saca). Em São Paulo, houve ajuste negativo, enquanto nas demais praças o cenário foi de relativa estabilidade.

A liquidez segue contida, com vendedores retraídos no mercado disponível e negociações restritas a lotes reduzidos. Entretanto, há expectativa de que o fluxo possa ganhar tração nos próximos dias, em meio ao possível acirramento da disputa pela oferta interna. A competição entre a demanda aquecida das usinas de etanol, o consumo robusto dos setores de proteína animal e o calendário de exportações deverá direcionar o comportamento das cotações.

O ambiente doméstico combina fatores de sustentação e pressão. De um lado, o impulso externo e o ritmo mais forte dos embarques conferem firmeza às cotações. Por outro, a queda recente do dólar, o bom desenvolvimento das lavouras da primeira safra e o excedente do cereal disponível podem abrir espaço para movimentos corretivos.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro (10 dias úteis), o Brasil exportou 2,67 milhões de toneladas de milho, equivalente a 56,6% do total embarcado em todo o mês de novembro de 2024. A média diária supera em 7,1% o desempenho do mesmo período do ano anterior, evidenciando o dinamismo das exportações.

No campo, informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, até 16 de novembro, 52,6% da área total destinada ao cereal havia sido semeada. Em Minas Gerais, o retorno das chuvas favoreceu o avanço do plantio, embora algumas regiões, como a Noroeste, ainda enfrentem limitações devido aos volumes insuficientes. No Rio Grande do Sul, precipitações recentes e temperaturas amenas têm garantido bom desenvolvimento das lavouras.

No Paraná, o excesso de umidade dificultou a realização de tratos culturais em diversas áreas, ampliando a pressão de pragas. Em Santa Catarina, as temperaturas reduzidas retardam o desenvolvimento das plantas no Meio-Oeste e Planalto Sul. Na Bahia, a regularização das chuvas possibilitou o avanço das operações de semeadura.

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