MINUTO DO MILHO: Cereal avança em Chicago em meio à espera do relatório do USDA

Expectativa de ajustes na produtividade e rendimento sustenta movimento altista, enquanto no Brasil, revisão da Anec eleva projeção de embarques para 6,04 milhões de toneladas, impulsionada por demanda firme da Ásia e da União Europeia, mesmo com câmbio mais desvalorizado.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 13/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a quarta-feira (12) em alta. O vencimento de dezembro avançou 0,56% no comparativo diário, fechando a US$ 4,29 por bushel, enquanto o contrato de março valorizou 0,54%, atingindo US$ 4,44 por bushel.

Investidores seguem ajustando posições à espera do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), previsto para sexta-feira (14), após uma pausa desde setembro. Nos Estados Unidos, a colheita do cereal já está praticamente concluída, e as expectativas giram em torno de uma leve redução nos índices de produtividade e rendimento. Ainda assim, o cenário de safra recorde permanece no horizonte, sustentado pelo bom desempenho das principais regiões produtoras.

No front internacional, a Tailândia anunciou a ampliação de sua cota anual de importação de milho, que passará de 54,7 mil para 1 milhão de toneladas, abrindo espaço adicional para o produto norte-americano. A medida faz parte das concessões comerciais firmadas com os Estados Unidos e virá acompanhada da redução da tarifa de importação, de 20% para zero, dentro do volume estabelecido pela nova cota.

Milho – Mercado Interno

No mercado doméstico, as cotações do milho exibiram avanços na maioria dos contratos futuros da B3. O vencimento de novembro encerrou o pregão a R$ 67,89 por saca, elevação de 0,22% em relação ao dia anterior, enquanto o contrato de janeiro subiu 0,5%, cotado a R$ 70,76 por saca.

O Indicador Cepea/Esalq (Campinas-SP) permaneceu praticamente estável, com variação positiva de apenas dois centavos, sendo negociado a R$ 67,36 por saca. No mercado físico, o comportamento foi heterogêneo entre as praças acompanhadas. As maiores valorizações ocorreram em Minas Gerais (+0,8%; R$ 61,35/saca), Goiás (+0,4%; R$ 55,18/saca) e Rio Grande do Sul (+0,3%; R$ 62,52/saca). Em contrapartida, as retrações mais expressivas foram observadas em São Paulo (-4,1%; R$ 57,75/saca) e Mato Grosso (-0,7%; R$ 46,71/saca). Nas demais regiões, as cotações permaneceram estáveis.

A liquidez no mercado interno segue limitada, refletindo o desalinhamento entre as ofertas das indústrias e as pedidas dos produtores, sobretudo nas regiões Sul e Centro-Oeste. Além disso, a trajetória de desvalorização do dólar, que rompeu o patamar de R$ 5,30, alcançando o menor nível de fechamento em quase um ano e meio, contribui para direcionar o foco dos produtores ao mercado interno, onde as referências de preço mostram-se mais sustentadas.

Apesar desse quadro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para cima suas projeções de embarques de milho em novembro. A estimativa, que anteriormente apontava para 5,5 milhões de toneladas, passou a 6,04 milhões. Se confirmada, a exportação representará um aumento de 22,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. O ajuste reflete a firmeza da demanda externa, principalmente por parte da Ásia e da União Europeia, que mantêm ritmo consistente de compras do cereal brasileiro.

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