MINUTO DA SOJA: Aumento do apetite por ativos de risco Impulsiona oleaginosa em Chicago

No Brasil, prêmios caíram em comparação a semanas anteriores e o grão ainda se mantém como o mais competitivo em qualidade, rendimento industrial e preços, ante seus concorrentes.

Tempo de leitura: 4 minutos

| Publicado em 11/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Soja – Mercado Externo

Os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana sob forte viés altista. Nesta segunda-feira (10), o vencimento de novembro avançou 1,31%, encerrando a sessão a US$ 11,16 por bushel, enquanto o contrato de janeiro registrou elevação de 1,16%, sendo negociado a US$ 11,30 por bushel.

O impulso comprador foi alimentado pelas expectativas de avanço nas negociações para encerrar a paralisação do governo norte-americano. Esse cenário reforçou o apetite ao risco e incentivou a migração de capital para o conjunto das commodities agrícolas, energéticas e metálicas. Paralelamente, agentes ajustaram posições antes da publicação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), previsto para esta sexta-feira (14), após intervalo desde setembro.

Apesar do ambiente mais favorável, o mercado segue atento à ausência de novas compras chinesas, mesmo após o recente entendimento entre Washington e Pequim. A percepção predominante é de que se torna cada vez menos plausível que a China cumpra o compromisso de adquirir 12 milhões de toneladas até janeiro.

Os dados de inspeções semanais de exportação divulgados pelo USDA indicam que, até 6 de novembro, os volumes inspecionados somaram 1,088 milhão de toneladas, alta de 10,5% frente à semana anterior, que havia registrado o menor patamar em 18 anos. Ainda assim, o número representa queda expressiva de 53,9% ante o mesmo período de 2024. No acumulado do atual ano comercial, os embarques totalizam 8,889 milhões de toneladas, recuo de 42% em relação à mesma fase da temporada passada, quando atingiam 15,320 milhões de toneladas. A causa central desse desempenho enfraquecido permanece sendo a reduzida participação chinesa na compra da oleaginosa norte-americana.

Soja – Mercado Interno

No ambiente doméstico, as cotações registraram movimentos firmes de valorização. O Indicador Esalq/B3 (Cepea) apontou alta de 0,6% em Paranaguá (PR), com a saca de 60 kg negociada a R$ 139,72. No Paraná, o preço médio avançou para R$ 133,98/saca, incremento de 0,2% no comparativo diário.

No mercado físico, o comportamento predominante foi de avanços. As maiores elevações foram observadas em Minas Gerais (+1,7%; R$ 128,85/saca), Paraná (+0,5%; R$ 122,07/saca), Mato Grosso (+0,2%; R$ 119,80/saca) e Santa Catarina (+0,2%; R$ 125,60/saca). Os demais estados mantiveram estabilidade, com exceção de São Paulo, onde houve recuo nas cotações.

As negociações seguiram restritas e pontuais, concentradas sobretudo em lotes para pagamento em janeiro. A postura retraída dos compradores contrasta com a firmeza dos pedidos por parte dos produtores.

Adicionalmente, os estoques chineses, tanto portuários quanto industriais, atingiram nova máxima. O volume atual, estimado em 10,3 milhões de toneladas, reflete o forte fluxo de recebimento de soja oriunda do Brasil e da Argentina. A oleaginosa brasileira permanece mais competitiva em qualidade, rendimento industrial e preço, favorecendo sua preferência nos mercados internacionais. Paralelamente, os prêmios de exportação seguem em trajetória de queda frente às últimas semanas.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de novembro (5 dias úteis), o Brasil embarcou 1,17 milhão de toneladas de soja, montante equivalente a 46,1% do total exportado em novembro de 2024 (2,55 milhões de toneladas em 19 dias úteis).

No campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até 9 de novembro, 58,4% da área prevista para a safra de soja já havia sido semeada. No Mato Grosso, os trabalhos caminham para a finalização, com predominância de lavouras em boas condições. No Paraná, o cenário também é amplamente favorável, embora algumas áreas tenham sido afetadas por tempestades e granizo, exigindo replantio.

No Rio Grande do Sul, a regularização das chuvas permitiu acelerar o ritmo da semeadura. Em Goiás, a umidade nas últimas semanas impulsionou o avanço dos trabalhos, embora áreas plantadas no início de outubro devam ser reestabelecidas devido a veranicos.

No Mato Grosso do Sul, as precipitações garantiram progressos significativos na área semeada. Em Minas Gerais, o retorno das chuvas também contribuiu para o avanço, ainda que regiões que plantaram no começo de outubro apresentem necessidade de replantio em razão da estiagem ocorrida.

No Tocantins, a semeadura foi retomada com a volta das precipitações, mas há relatos de replantio em diversas áreas afetadas pela falta de chuvas em outubro. Já na Bahia, Piauí e Maranhão, o plantio evolui de forma mais consistente diante da normalização do regime de chuvas.

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