Soja – Mercado Externo
Os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (5) em trajetória altista. O vencimento de novembro avançou 1,03% em relação ao pregão anterior, sendo cotado a US$ 11,19 por bushel, enquanto o contrato de janeiro registrou incremento de 1,14%, negociado a US$ 11,34 por bushel.

As cotações recuperaram parte das perdas registradas na sessão anterior após a confirmação de que a China reduzirá tarifas aplicadas a produtos agrícolas norte-americanos. A decisão reacendeu o debate sobre uma possível reaproximação comercial entre os dois países. Apesar do gesto, a soja dos EUA continuará sujeita a uma tarifa de 13%. Cabe destacar que a China se comprometeu a adquirir 12 milhões de toneladas do grão norte-americano até o fim de 2025, além de 25 milhões de toneladas nos próximos anos comerciais, conforme o acordo firmado recentemente.
A paralisação do governo dos EUA resultou na suspensão temporária dos relatórios preliminares de vendas externas do Departamento de Agricultura (USDA), que normalmente monitoram transações de grande volume. Essa interrupção limita a capacidade dos agentes de mercado de confirmar operações envolvendo a China.
Além disso, o mercado trabalha com a possibilidade de uma revisão baixista na estimativa de produção de soja dos Estados Unidos no próximo relatório de oferta e demanda do USDA, o que adiciona sustentação às cotações internacionais. A projeção mais recente aponta para uma safra de 117,05 milhões de toneladas.
Soja – Mercado Interno
No ambiente doméstico, o Indicador Esalq/B3 (Cepea) apresentou recuos modestos. Em Paranaguá (PR), a saca foi negociada a R$ 140,22, ligeira queda de 0,1% frente ao dia anterior. No Paraná, o indicador registrou retração de 0,2%, fechando a R$ 134,17 por saca.
No mercado físico, as oscilações foram heterogêneas entre as praças acompanhadas. Houve valorização no Rio Grande do Sul (R$ 126,03/saca), em São Paulo (R$ 124,00/saca) e no Mato Grosso do Sul (R$ 125,64/saca). Já as desvalorizações ocorreram em Minas Gerais (R$ 126,85/saca) e no Paraná (R$ 122,30/saca). Nas demais regiões, prevaleceu estabilidade.

A manutenção da tarifa de 13% da China sobre a soja norte-americana sustenta a competitividade do produto brasileiro, reforçando o país como principal fornecedor global da oleaginosa. Com a alta dos preços em Chicago, os prêmios de exportação recuaram no Brasil, reduzindo o custo do produto nacional e preservando o ritmo das vendas externas. É importante ressaltar que a recente queda dos prêmios reflete uma normalização do mercado após meses de valores excepcionalmente elevados. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgará nesta quinta-feira (6) os dados consolidados das exportações do complexo soja.

No campo, dados do Departamento de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Deral) indicam que, no primeiro fim de semana de novembro, tempestades intensas, em alguns casos acompanhadas de ventos fortes, enxurradas e granizo, atingiram diversas regiões do estado.
As estimativas apontam que 31 mil hectares passaram a ser classificados como em condição ruim, ante zero na semana anterior. A área em condição intermediária aumentou para 280 mil hectares, avanço expressivo frente aos 122 mil hectares observados na semana anterior. Ainda assim, a maior parte das lavouras permanece em condição favorável, que totalizam 4,3 milhões de hectares. Caso seja necessário o replantio, os produtores enfrentarão atrasos no cronograma, o que pode comprometer a janela da segunda safra e levar à substituição do milho por outra cultura. O Deral estima que 73% da área total prevista já foi semeada.
No Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) informa que o plantio da safra 2025/26 alcançou 76,13% da área estimada, embora o índice permaneça 3,43 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ciclo anterior. O IMEA destaca que o comportamento climático durante a colheita segue como variável crítica e, historicamente, tem desempenhado papel decisivo no andamento das operações, podendo atrasar a retirada da soja das lavouras e a oferta do produto ao mercado.
