MINUTO DO MILHO: Chicago ganha firmeza com forte ritmo de exportações dos EUA

No Brasil, cresce as preocupações climáticas. As previsões indicam um novembro mais úmido no Sul e condições secas no Centro-Oeste, combinação que tende a atrasar o plantio da soja e, consequentemente, a implantação do milho safrinha.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 04/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Os contratos futuros de milho iniciaram a semana em terreno positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira (3), o vencimento de dezembro registrou ganho de 0,65%, encerrando a sessão a US$ 4,34 por bushel. O contrato de março acompanhou o movimento e avançou 0,59%, cotado a US$ 4,46 por bushel.

O impulso altista esteve alinhado à valorização observada nos mercados de soja e trigo, sustentada pela perspectiva de incremento nas compras chinesas dessas commodities provenientes dos Estados Unidos. Esse comportamento reforçou o apetite dos fundos e contribuiu para uma leitura mais otimista no curto prazo.

Outro vetor de suporte veio do desempenho sólido das inspeções semanais de exportação. O milho norte-americano permanece competitivo frente aos principais concorrentes internacionais, favorecido por preços atrativos e logística eficiente.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 30 de outubro, os embarques totalizaram 1,668 milhão de toneladas na semana, avanço expressivo de 34,3% em relação ao período anterior e mais que o dobro (+108,5%) do observado no mesmo intervalo de 2024. No acumulado do ano comercial, os embarques já somam 12,256 milhões de toneladas, expansão robusta de 64% frente ao mesmo período do ano passado (7,474 milhões de toneladas). O desempenho evidencia uma demanda externa vigorosa e consolida um cenário favorável às exportações do cereal.

Milho – Mercado Interno

No ambiente doméstico, as cotações acompanharam o movimento positivo do cenário internacional. Na B3, o contrato de novembro encerrou o pregão a R$ 68,35 por saca, avanço de 0,51% em relação ao ajuste anterior. O vencimento de janeiro também apresentou valorização, subindo 0,91% para R$ 72,09 por saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), referência para Campinas (SP), avançou 0,4%, encerrando o dia a R$ 66,43 por saca. No mercado físico, entretanto, os preços exibiram trajetórias regionais distintas: houve elevações no Paraná (R$ 54,04/saca) e em Goiás (R$ 54,51/saca), enquanto recuos foram registrados em São Paulo (R$ 53,67/saca), Minas Gerais (R$ 60,10/saca) e Mato Grosso (R$ 46,51/saca). Nas demais praças, prevaleceu estabilidade.

Além de refletir o cenário externo, o avanço das cotações domésticas está associado à crescente preocupação climática. As previsões indicam um novembro mais úmido no Sul e condições secas no Centro-Oeste, combinação que tende a atrasar o plantio da soja e, consequentemente, a implantação do milho safrinha. Esse fator adiciona incertezas à oferta futura.

Com a prioridade dos produtores voltada às atividades de campo e ao avanço das lavouras, muitos agentes têm reduzido a oferta de novos lotes, aguardando patamares de preços mais elevados, especialmente diante da paridade de exportação mais favorável. Os avanços só não foram mais intensos porque parte da indústria segue operando com estoques próprios, diminuindo a urgência por novas aquisições no curto prazo.

A concorrência entre as usinas de etanol e o setor pecuário pela matéria-prima também contribui para manter as cotações aquecidas, sustentando uma dinâmica doméstica parcialmente dissociada da pressão baixista exercida pela safra recorde norte-americana.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 2 de novembro, aproximadamente 42,8% da área projetada para o plantio do milho já havia sido semeada. Em Minas Gerais e Goiás, o ritmo segue mais lento, especialmente em áreas irrigadas, pela concorrência direta com o plantio da soja. No Rio Grande do Sul, o avanço de uma frente fria trouxe precipitações benéficas e ajudou a recompor a umidade do solo, fundamental para lavouras que já ingressam em estágios reprodutivos.

No Paraná, o plantio se aproxima do encerramento e a maior parte das áreas apresenta bom desenvolvimento. Os impactos das fortes chuvas do fim de semana ainda estão sendo avaliados. Em Santa Catarina, a predominância de lavouras em estágio vegetativo mantém o quadro geral favorável, embora episódios recentes de temperaturas mais baixas tenham reduzido, pontualmente, a taxa de crescimento das plantas.

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