Milho – Mercado Externo
Os contratos futuros do milho iniciaram a semana em expressiva alta na Bolsa de Chicago (CBOT). Na segunda-feira (27), o vencimento de dezembro avançou 1,28%, encerrando o pregão a US$ 4,28 por bushel, enquanto o contrato para março registrou elevação de 1,65%, cotado a US$ 4,44 por bushel.

O impulso altista foi sustentado, em grande parte, pelo desempenho positivo da soja, que refletiu o otimismo quanto ao avanço das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, além da expectativa de retomada das compras chinesas de soja norte-americana. Apesar do movimento favorável, o mercado segue cauteloso, aguardando informações concretas sobre um possível acordo entre as duas potências.
Além desse fator, o milho encontra suporte adicional na redução das estimativas de produtividade da safra norte-americana, em comparação às projeções iniciais, e na postura mais defensiva dos produtores, que têm limitado as ofertas de vendas.
No âmbito das exportações, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que, até 23 de outubro, as inspeções semanais de embarques totalizaram 1,187 milhão de toneladas, queda de 10,4% frente à semana anterior, mas ainda 38,1% superior ao volume observado no mesmo período de 2024. No acumulado do atual ano comercial, os embarques somaram 10,533 milhões de toneladas, alta expressiva de 57,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado (6,673 milhões de toneladas), evidenciando um desempenho externo consideravelmente robusto.
Milho – Mercado Interno
No cenário doméstico, as cotações seguiram o movimento altista observado nos mercados internacionais. Na B3, o contrato de novembro encerrou o pregão a R$ 67,91 por saca, avanço de 1,07% sobre o fechamento anterior. O vencimento de janeiro também registrou valorização de 0,86%, negociado a R$ 71,29 por saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), referência para Campinas (SP), apresentou leve aumento de 0,1%, encerrando o dia em R$ 65,71 por saca. No mercado físico, as médias estaduais permaneceram praticamente estáveis na maioria das praças, com exceção de Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso, que registraram avanços de 0,9% (R$ 60,78), 0,5% (R$ 60,00) e 0,6% (R$ 46,21), respectivamente.

As altas internas acompanharam o comportamento positivo do complexo de grãos em Chicago. Outro fator de sustentação veio do fortalecimento do peso argentino após as eleições no país, o que torna o milho brasileiro mais competitivo nas exportações frente ao produto argentino. Contudo, a competitividade do milho norte-americano, vendido a preços reduzidos para escoamento de sua supersafra, tem limitado o espaço do produto brasileiro no mercado externo, resultando em maior disponibilidade doméstica.

Internamente, observa-se baixo volume de negociações, com compradores atuando apenas para suprir necessidades imediatas, enquanto produtores permanecem retraídos, focados nas atividades de campo e atentos ao ritmo das exportações. Esse ambiente de liquidez reduzida mantém o mercado interno relativamente travado.
Levantamento do Departamento de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Deral) aponta margens negativas expressivas para os produtores nos níveis atuais de preços: -38,82% no Mato Grosso, -29,3% no Paraná, -19,78% no Rio Grande do Sul e -6,19% em Santa Catarina, evidenciando uma conjuntura de rentabilidade desfavorável.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 26 de outubro, aproximadamente 40% da área prevista para o plantio da safra de milho já havia sido semeada. Em Minas Gerais e Goiás, o avanço ocorre principalmente em áreas irrigadas por pivô central. No Rio Grande do Sul, as primeiras lavouras iniciaram o florescimento, apresentando bom desenvolvimento em função da adequada radiação solar e da satisfatória umidade do solo.
No Paraná, o plantio se aproxima da conclusão, com a maioria das lavouras em condições favoráveis de crescimento. Em Santa Catarina, a semeadura avança para a fase final no Planalto Norte, enquanto no Planalto Sul mais da metade da área já foi plantada, com desenvolvimento considerado satisfatório. De modo geral, as lavouras mantêm bom potencial produtivo, embora o excesso de chuvas e as temperaturas amenas estejam retardando o crescimento das plantas, ainda sem impacto relevante sobre o rendimento esperado.
