Farelo de Trigo: Semana com suporte no preços com proximidade de estiagem e recuperação gradual da demanda

Dada estiagem, o insumo terá uma competição entre fábricas de ração e criadores de animais. Contudo, concorrentes tendem a limitar movimentos expressivos de valorização.

Tempo de leitura: 4 minutos

| Publicado em 15/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Farelo de Trigo

O mercado de farelo de trigo apresentou comportamento estável em relação à semana anterior, com leves elevações registradas nas praças de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Em ambas as regiões, as cotações vinham bastante depreciadas, o que favoreceu ajustes pontuais de recuperação nos preços.

Observa-se um aumento gradual na procura pelos insumos animais, com indústrias e pecuaristas já demonstrando disposição para negociar maiores volumes. Esse avanço na demanda está associado à proximidade do período de estiagem no final de outubro, que impacta diretamente o setor pecuário, principal consumidor do farelo. Com a redução das chuvas, os pastos tendem a perder qualidade, comprometendo a oferta natural de alimento para o gado.

Como alternativa para manter o nível nutricional do rebanho, cresce o uso de rações à base de farelo de trigo, que contribuem para compensar a menor disponibilidade de forragem. Nesse contexto, é possível que nas próximas semanas ocorra maior competição pelo insumo entre fábricas de ração e criadores de animais, o que pode oferecer algum suporte adicional às cotações.

Entretanto, vale destacar que essa intensificação da procura não se restringe ao farelo de trigo, mas também se estende a outros produtos substitutos, como o farelo de milho e o de soja. Essa concorrência tende a limitar movimentos expressivos de valorização.

Do lado da oferta, os moinhos seguem operando em ritmo regular de moagem, embora algumas unidades apresentem redução na capacidade. O setor ainda enfrenta margens apertadas e uma dinâmica de comercialização moderada, insuficiente para sustentar reajustes significativos nos preços no curto prazo.

No segmento da matéria-prima, o ambiente doméstico permanece marcado por negociações lentas e valores pressionados. O avanço das colheitas, somado à competitividade crescente do produto importado, restringe o potencial de valorização interna. Ainda assim, o trigo nacional voltou a ganhar competitividade frente ao importado após a valorização de 3,2% do dólar na última semana, o que encareceu o cereal externo. Atualmente, o trigo argentino entregue ao Brasil (CIF) é cotado em R$ 1.427,95 por tonelada.

Nesse contexto, as indústrias moageiras adotam postura cautelosa nas aquisições, enquanto os produtores enfrentam margens comprimidas e custos de produção ainda elevados.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de outubro (oito dias úteis), o Brasil importou 179 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, volume que representa 32,5% do total importado em outubro de 2024 (552 mil toneladas em 22 dias úteis).

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima sua estimativa de produção nacional de trigo, elevando-a em 2,1% frente à projeção anterior, para 7,69 milhões de toneladas. Apesar do ajuste, o volume ainda permanece 2,4% abaixo do obtido na safra passada. A área cultivada foi mantida, refletindo retração de 19,9% em relação ao ciclo 2024/25.

As importações também foram revisadas positivamente, alcançando 6,63 milhões de toneladas, embora ainda representem queda de 2,9% frente ao período anterior. O consumo doméstico foi mantido em 11,8 milhões de toneladas, ligeiro recuo de 0,7% na comparação anual. Já os estoques finais subiram para 1,85 milhão de toneladas, avanço de 23,8% sobre a projeção anterior e de 34,9% em relação ao volume final da última temporada.

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 760/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 780/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 920/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 730/t FOB a R$ 830/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 870/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 860/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 850/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 800/t a R$ 880/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 910/t.

TABELA ATUALIZADA 15/10

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