MINUTO DO MILHO: Mercado se mantém praticamente estável em meio a ausência de informações

A colheita nos Estados Unidos e a paralisação governamental limitam o fôlego das cotações, enquanto o consumo doméstico no Brasil continua atuando como principal suporte ao mercado.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 09/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Na quarta-feira (08), os contratos futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão com ganhos moderados, refletindo um equilíbrio entre fundamentos de oferta e demanda. O vencimento de dezembro registrou alta de 0,57%, cotado a US$ 4,22 por bushel, enquanto o contrato de março avançou 0,32%, fechando a US$ 4,37 por bushel.

De um lado, o avanço da colheita norte-americana segue exercendo pressão sobre as cotações, ampliando a disponibilidade do cereal no mercado. Por outro, a demanda consistente pelo milho dos Estados Unidos atua como importante fator de sustentação dos preços, sobretudo no cenário exportador, com preços altamente competitivos.

Entretanto, persiste no radar o impacto da paralisação parcial do governo norte-americano (shutdown), que tem comprometido a divulgação de dados cruciais sobre o setor, como relatórios de colheita, vendas e exportações. A ausência dessas informações aumenta a incerteza e tende a favorecer um comportamento mais lateralizado das cotações.

Com o shutdown vigente desde o início de outubro, o setor agrícola norte-americano enfrenta entraves significativos, como a suspensão de linhas de crédito rural, o atraso em pagamentos de compensações por desastres naturais e, principalmente, a interrupção de relatórios oficiais de mercado. Esse contexto reforça a necessidade de prudência e monitoramento constante por parte dos investidores nas próximas semanas.

Milho – Mercado Interno

No Brasil, o mercado doméstico de milho apresentou leves valorizações em parte dos contratos futuros. Na B3, o vencimento de novembro encerrou a R$ 66,60/saca, elevação de 0,3% frente ao dia anterior, enquanto o contrato de janeiro avançou 0,35%, negociado a R$ 68,79/saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), com base em Campinas (SP), também registrou avanço discreto de 0,3%, sendo cotado a R$ 65,30/saca. No mercado físico, prevaleceu a estabilidade regional: no Rio Grande do Sul, o preço médio atingiu R$ 62,06/saca; em Minas Gerais, R$ 59,35/saca; em Mato Grosso, R$ 44,46/saca; e em Goiás, R$ 54,22/saca.

O principal suporte às cotações domésticas segue vindo da demanda interna aquecida, especialmente das usinas de etanol de milho, que mantêm ritmo firme de aquisição. Em algumas regiões, a oferta restrita tem favorecido reajustes positivos, como no interior de São Paulo, onde a procura industrial permanece consistente. Já no Sul do país, o ambiente é mais cauteloso, com negociações limitadas e resistência dos produtores em aceitar preços inferiores.

Entre os fatores que contêm avanços mais expressivos, destaca-se a valorização do real frente ao dólar, com a moeda norte-americana acumulando queda mensal de 1,56%, cotada atualmente a R$ 5,34. Além disso, o movimento lateralizado dos contratos em Chicago também reduz o ímpeto comprador no mercado interno.

No campo, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral), até 6 de outubro, o plantio do milho de verão avançava rapidamente, alcançando 84% da área total prevista e se aproximando da conclusão em diversas regiões. As condições das lavouras permanecem favoráveis, com 99% classificadas como boas e apenas 1% em situação regular. As chuvas irregulares do final de setembro contribuíram para uma germinação satisfatória e bom desenvolvimento inicial das plantas. Há, contudo, relatos pontuais de infestação por cigarrinha e tripes, exigindo atenção redobrada no monitoramento fitossanitário.

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