Soja – Mercado Externo
Na última sexta-feira (26), os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a semana em queda. O vencimento de novembro recuou 1,16%, cotado a US$ 10,13 por bushel, enquanto o contrato de janeiro apresentou desvalorização de 1,11%, encerrando a US$ 10,33 por bushel.

O mercado segue pressionado pela retração da demanda chinesa nos Estados Unidos, uma vez que o país asiático direciona suas aquisições na América do Sul, justamente no momento em que a colheita da safra 2025/26 avança em território norte-americano. A ausência de um entendimento comercial entre Washington e Pequim permanece como fator de elevada preocupação para os produtores dos EUA.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 21 de setembro, 61% das lavouras de soja foram avaliadas como boas ou excelentes, retração de 2 pontos percentuais frente à semana anterior e 3 pontos abaixo do registrado no mesmo período de 2024. Outros 27% receberam classificação regular, avanço de 1 ponto percentual em relação à semana anterior e 2 pontos acima do ano passado. Já 12% foram enquadradas entre ruins e muito ruins, incremento de 1 ponto percentual tanto na base semanal quanto na anual.
A colheita norte-americana alcançou 9% da área até 21 de setembro, acima dos 5% observados na semana anterior. No mesmo período de 2024, o percentual era de 12%. O ritmo atual encontra-se em linha com a média dos últimos cinco anos, igualmente em 9%.
As inspeções de exportação somaram 484 mil toneladas até 18 de setembro, queda expressiva de 41,1% em relação à semana anterior e retração de 2,9% frente ao mesmo intervalo do ano anterior. Apesar disso, no acumulado do ano comercial, os embarques totalizam 1,569 milhão de toneladas, representando avanço de 25,9% sobre as 1,246 milhão de toneladas registradas em igual período de 2024.
Conforme o relatório semanal de vendas de soja, no intervalo de 12 a 18 de setembro, as comercializações da safra 2025/26 alcançaram 724,5 mil toneladas, com destaque para negociações destinadas ao Egito, Taiwan, México, Indonésia e destinos não especificados. Já as exportações totalizaram 512 mil toneladas, tendo como principais destinos Egito, Indonésia, Reino Unido, México e Japão.
Soja – Mercado Interno
No Brasil, a oleaginosa também apresentou forte pressão baixista. Segundo o Indicador Esalq/B3 do Cepea, a soja em Paranaguá foi cotada a R$ 134,88 por saca, recuo de 3,19% em relação à semana anterior. No Paraná, a queda foi ainda mais expressiva, de 3,34%, com preço médio de R$ 129,22 por saca.
No mercado físico, a maior parte das regiões acompanhou a tendência de desvalorização, com exceção do estado de São Paulo, onde os preços permaneceram estáveis. Os ajustes mais intensos foram verificados no Mato Grosso (-3,43%), Santa Catarina (-2,58%) e Mato Grosso do Sul (-2,49%), encerrando a semana em R$ 116,07, R$ 122,15 e R$ 123 por saca, respectivamente.

Em relação ao plantio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até o dia 21, cerca de 0,6% da área prevista para a safra 2025/26 já havia sido semeada. No Mato Grosso, a intensificação das chuvas no Norte e Noroeste acelerou os trabalhos, especialmente em áreas irrigadas. Em algumas regiões, produtores já iniciaram o cultivo de sequeiro, embora a maioria ainda aguarde maior regularidade nas precipitações.
No Paraná, o início ocorreu nas regiões Oeste e Sudoeste, onde a umidade do solo favoreceu a germinação. No Mato Grosso do Sul, a semeadura avançou em áreas irrigadas e, mesmo com baixa umidade, alguns produtores do Sudoeste arriscaram o plantio de sequeiro, apostando em chuvas mais consistentes nos próximos dias.
Nas demais regiões produtoras, o início dos trabalhos dependerá do fim do vazio sanitário e da regularização das chuvas.
A valorização do dólar frente ao real na semana anterior, ainda que de forma moderada, somada à suspensão das isenções tarifárias para grãos da Argentina após 48 horas — importante concorrente do Brasil nas exportações da oleaginosa — contribuiu para melhorar os prêmios de exportação da soja brasileira. Contudo, os prêmios ainda estão abaixo dos praticados na semana anterior.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro (15 dias úteis), o Brasil embarcou 4,71 milhões de toneladas da oleaginosa, o que corresponde a 77,3% de todo o volume exportado em setembro de 2024 (6,10 milhões de toneladas em 21 dias úteis).
