MINUTO DO MILHO: Recuo em Chicago e B3, com mercado físico interno operando em compasso lento

Chicago encerra em baixa, tarifas argentinas voltam ao mercado e Brasil sofre com perda de competitividade nas exportações.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 25/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Milho – Mercado Externo

Nesta quarta-feira (24), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em baixa. O vencimento de dezembro recuou 0,47% frente à sessão anterior, cotado a US$ 4,24/bushel, enquanto o contrato de março registrou desvalorização de 0,45%, negociado a US$ 4,41/bushel.

A pressão negativa sobre as cotações foi impulsionada pelo movimento da soja e do farelo, que também recuaram, além da maior concorrência no mercado internacional após a Argentina anunciar a suspensão temporária das tarifas de exportação para grãos e derivados. A medida, implementada pelo governo argentino no início da semana, aumentou a competitividade das commodities do país no cenário global.

Como um dos principais players mundiais no fornecimento de milho e soja, a Argentina depende fortemente da agroexportação para captação de divisas. A isenção tributária estava prevista para vigorar até o fim de outubro ou até que as declarações de embarque atingissem US$ 7 bilhões, marca alcançada em apenas dois dias, impulsionada pelas fortes compras chinesas de soja. Dessa forma, a partir desta quinta-feira (25), as tarifas de exportação já foram restabelecidas.

Também no dia 25, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o relatório semanal de vendas externas de milho, referente ao período de 12 a 18 de setembro. As negociações da safra 2025/26 totalizaram 1,923 milhão de toneladas, com destaque para embarques destinados ao México, Colômbia, Espanha, Japão e para destinos não revelados. As exportações efetivas alcançaram 1,315 milhão de toneladas, direcionadas sobretudo ao México, Japão, Colômbia, Espanha e Irlanda.

Milho – Mercado Interno

No Brasil, o movimento de queda internacional também repercutiu nos preços futuros. Na B3, o contrato de novembro encerrou a R$ 66,12/saca, recuo de 0,48% frente ao dia anterior, enquanto o vencimento de janeiro caiu 0,38%, cotado a R$ 68,98/saca.

O Indicador Esalq/B3 (Cepea), com base em Campinas (SP), permaneceu estável, negociado a R$ 64,33/saca. No mercado físico, houve oscilações regionais: em Santa Catarina, a média subiu 1,7%, alcançando R$ 60,00/saca; no Rio Grande do Sul, a retração foi de 0,6%, para R$ 61,53/saca; já em São Paulo, a queda foi mais acentuada, de 2,4%, com a saca precificada a R$ 55,50.

Os produtores seguem liberando lotes de maneira gradual, o que mantém o ritmo de comercialização lento e com baixa liquidez. As indústrias, por sua vez, adotam postura cautelosa, conduzindo as negociações em compasso moderado.

As exportações brasileiras avançam de forma limitada, prejudicadas pela valorização do real e pela resistência dos agricultores em aceitar os preços praticados nos portos. Além disso, a maior competitividade do milho argentino após a redução temporária das tarifas e os preços norte-americanas contribuiu para reduzir a atratividade do produto brasileiro, neste momento, no mercado externo.

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