Trigo Brasil: Cenário de desafio com a alta nas importações e nos custos, com safra menor

Com moinhos abastecidos, safra menor e custos elevados, produtores veem margens reduzidas e maior competitividade do cereal argentino.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 19/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Nesta quinta-feira (18), o mercado brasileiro de trigo permaneceu sob forte pressão, refletindo tanto o avanço das importações quanto a menor liquidez no cenário doméstico. O indicador Cepea/Esalq apontou no Paraná o preço de R$ 1.339,47 por tonelada para o trigo pão ou melhorador, recuo de 1,4% em relação ao dia anterior. No Rio Grande do Sul, o trigo brando apresentou estabilidade, sendo negociado a R$ 1.260,31/tonelada.

No mercado físico, os preços também mostraram variações pontuais. No Rio Grande do Sul, a saca permaneceu em R$ 69,25, enquanto em Santa Catarina houve queda de 0,6%, cotada a R$ 72,56. No Paraná, as cotações seguiram praticamente inalteradas, com a média em R$ 70,21/saca.

O ambiente no Sul do país é marcado pela pressão do trigo importado, principalmente oriundo da Argentina e do Paraguai. O cereal argentino chega aos portos nacionais a US$ 271,35/tonelada, valor bastante competitivo frente ao produto interno.

Esse cenário, aliado ao fato de os moinhos estarem bem supridos limita a movimentação e reduz a liquidez das negociações.

Outro fator de preocupação são os custos de produção elevados, que comprometem a rentabilidade e desestimulam o cultivo, principalmente no Paraná. Produtores enfrentam margens cada vez mais apertadas, enquanto compradores também demonstram cautela.

As condições climáticas, embora apresentem impactos pontuais, não têm comprometido de forma significativa o desenvolvimento das lavouras até o momento.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio da safra 2025/26 já foi finalizado em todo o país, com 13,8% da área colhida até 14 de setembro. Contudo, a expectativa é de uma colheita menor, o que, somado à pressão por preços mais baixos no mercado interno, pode reduzir ainda mais as margens dos produtores e fragilizar a competitividade do trigo nacional frente ao importado.

Nesse contexto, a condução da política cambial e as condições do clima nas próximas semanas serão determinantes para o desfecho da safra.

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