Milho – Mercado Externo
Nesta segunda-feira (15), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em queda, após a sequência positiva da semana anterior. O vencimento de dezembro recuou 1,58%, cotado a US$ 4,23/bushel, enquanto o contrato de março caiu 1,39%, para US$ 4,41/bushel.

O movimento de baixa foi influenciado por realização de lucros, após o ganho acumulado de mais de 2% nos últimos dias, e pelo avanço da colheita nos Estados Unidos, que aumenta a oferta disponível e pressiona as cotações.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 14 de setembro, a colheita da safra 2025/26 havia evoluído de 4% para 7% da área total, em linha com a média dos últimos cinco anos, mas 1 ponto percentual abaixo do ritmo de 2024 (8%).
Quanto às condições das lavouras, a proporção classificada como boa a excelente recuou de 68% para 67%, enquanto as áreas regulares avançaram de 23% para 24%. Já os talhões avaliados como ruins ou muito ruins permaneceram em 9%, estáveis na comparação semanal. No mesmo período do ano passado, o USDA reportava 65% das plantações em boas ou excelentes condições, 23% regulares e 12% em situação desfavorável.
No comércio exterior, até 11 de setembro, as inspeções semanais alcançaram 1,511 milhão de toneladas, crescimento de 4,7% frente à semana anterior e expressivos 165,7% acima do mesmo período de 2024. No acumulado do atual ano comercial, os embarques totalizam 2,161 milhões de toneladas, mais que o dobro do registrado no ano passado (1,050 milhão).
Milho – Mercado Interno
No Brasil, os preços futuros também recuaram na esteira do movimento em Chicago e da desvalorização do dólar frente ao real. Na B3, o contrato de setembro fechou a R$ 65,03/saca, queda de 0,14% no comparativo diário, enquanto o vencimento de novembro encerrou a R$ 67,36/saca, retração de 1,23%.

No mercado físico, as cotações permaneceram relativamente estáveis, sustentadas pela postura cautelosa dos vendedores e pela firme demanda doméstica, especialmente das usinas de etanol, que seguem operando com margens positivas no processamento do milho.
Apesar disso, quedas pontuais foram observadas em algumas regiões produtoras. No Mato Grosso, o preço médio caiu 2,9% em relação ao dia anterior, ficando em R$ 43,60/saca. Em São Paulo, a cotação média recuou 2,1%, atingindo R$ 54,50/saca.

No front externo, o milho brasileiro não é o mais competitivo em relação a outros fornecedores. Ainda assim, os embarques avançam dentro da normalidade sazonal. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de setembro (dez dias úteis), o país exportou 3,05 milhões de toneladas, volume equivalente a 47,9% do total embarcado em todo setembro de 2024 (6,42 milhões de toneladas, em 21 dias úteis).


No campo, o plantio da 1° safra segue em andamento no país. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) 14,7% das áreas já foram semeadas.
No Rio Grande do Sul, mais da metade da área estimada já foi semeada, favorecida pelas chuvas recentes que melhoraram a umidade do solo. Apesar das baixas temperaturas e registros localizados de geadas, não há impactos significativos sobre o potencial produtivo.
No Paraná, cerca de 25% da área prevista já está plantada, com predominância de boas condições. Contudo, algumas regiões, sobretudo no Norte do estado, enfrentam estresse hídrico.
Em Santa Catarina, aproximadamente 15% da área foi semeada, concentrada no Oeste. As lavouras apresentam bom desenvolvimento, embora o frio venha desacelerando a evolução vegetativa.