Nesta quarta-feira (10), os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram em baixa. O vencimento de setembro recuou 1%, sendo cotado a US$3,97/bushel, enquanto o contrato de dezembro caiu 0,62%, para US$4,17/bushel.

O movimento refletiu a postura cautelosa dos agentes antes da divulgação do relatório WASDE, levando investidores a reduzir posições e evitar maior exposição. A desvalorização do dólar contribuiu para pressionar as cotações, embora sem provocar alterações expressivas no mercado.
Há expectativa de cortes nas estimativas de produtividade das lavouras norte-americanas, o que poderia reduzir a projeção de produção do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Contudo, o início da colheita nos Estados Unidos e a ampla oferta global permanecem como fatores de pressão baixista. Além disso, persiste a preocupação com a menor presença da China nas compras de milho norte-americano, cenário que pode impactar significativamente as exportações do país.
No Brasil, os preços futuros também acompanharam a tendência internacional, registrando leves quedas na B3. O contrato de setembro fechou a R$65,37/saca (-0,15%), enquanto o de novembro encerrou a R$68,10/saca (-0,12%). No mercado físico, as negociações seguem lentas, já que produtores mais capitalizados optam por aguardar melhores oportunidades, o que ajuda a sustentar as cotações em diversas regiões.

Com relação aos preços médios, no Mato Grosso, a saca está cotada a R$ 44,88; em Goiás, a R$ 53,21; e no Rio Grande do Sul, a R$ 62,50. Já o Indicador Esalq/B3 (Campinas/SP) fechou o dia a R$ 65,07/saca, recuo de 0,1% frente à sessão anterior.

Outro fator de suporte é a demanda chinesa pelo milho brasileiro, que mantém os prêmios elevados, especialmente para o produto disponível.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apenas na primeira semana de setembro, em cinco dias úteis, o país embarcou 1,29 milhão de toneladas do cereal, o que corresponde a 20,2% do volume exportado em todo setembro de 2024, em 21 dias úteis (6,42 milhões de toneladas).

Na quinta-feira (11), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 12º levantamento da safra 2024/25, projetando uma colheita recorde de 139,69 milhões de toneladas, avanço de 9,7% em relação ao ciclo anterior. O crescimento é explicado pelo aumento da produtividade e pela expansão da área cultivada no milho de segunda safra.
As exportações devem alcançar 40 milhões de toneladas, alta de 3,9% frente à temporada passada. Já os estoques finais estão estimados em 12,7 milhões de toneladas, número muito acima dos 1,8 milhão registrados em 2023/24, reforçando a perspectiva de ampla oferta no mercado interno.
