Nesta quarta-feira (03), os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia no campo negativo. O vencimento de setembro foi cotado a US$ 10,16/bushel, recuo de 0,94% em relação ao dia anterior, enquanto o contrato de dezembro caiu 0,92%, para US$ 10,31/bushel.

A commodity segue com sua cotação bastante pressionada. A ausência da China no mercado americano pesa sobre os preços, já que o país adquire suas compras no Brasil e ainda precisa importar cerca de 15 milhões de toneladas do grão para se abastecer até o fim do ano.
Outro fator de pressão é a oferta, tendo em vista que a safra dos Estados Unidos se aproxima da conclusão (93% da área plantada) ao mesmo tempo em que o Brasil inicia o novo ciclo.
No último dia 2, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou o relatório semanal de inspeções até 28 de agosto. Foram inspecionadas 472 mil toneladas de soja, avanço de 20,3% sobre a semana anterior, mas queda de 6% em relação as 502 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado.
No acumulado do atual ano comercial, os embarques já totalizam 49,763 milhões de toneladas, superando em 11,3% as 44,717 milhões embarcadas no mesmo intervalo de 2024.
Além disso, o USDA também atualizou as condições das lavouras, com observações até o dia 31 de agosto. As áreas classificadas como boas ou excelentes recuaram para 65%, queda de 4 pontos percentuais frente à semana anterior, mantendo as mesmas condições em relação ao mesmo período de 2024. Adicionalmente, 25% foram avaliadas como regulares e 10% entre ruins e muito ruins.
No Brasil, as cotações do grão seguem pressionadas, embora tenham registrado avanços na comparação diária. Segundo o Indicador Esalq/B3 do Cepea, a oleaginosa em Paranaguá encerrou a sessão a R$141,27 por saca, alta de 0,8% frente ao pregão anterior. No Paraná, o indicador também apresentou valorização, de 0,5%, atingindo R$135,04 por saca.
Os prêmios pagos pela soja brasileira em relação aos contratos futuros da Bolsa de Chicago continuam dando sustentação aos preços, fator que tem impedido uma queda mais acentuada no mercado interno.
No mercado físico, a saca da oleaginosa é comercializada, em média, a R$ 120,28 em Mato Grosso, R$ 125,00 em Minas Gerais, além de R$ 125,80 em Santa Catarina.


Os agentes de mercado seguem atentos à safra 2025/26, cuja projeção indica aumento de 1,5% na área cultivada em comparação com o ciclo anterior. No Paraná, os produtores já estão autorizados a iniciar o plantio, enquanto em Mato Grosso a semeadura poderá começar a partir do dia 7, após o término do vazio sanitário.
Por falar no Mato Grosso, maior produtor nacional, há preocupações no tocante ao nível de umidade do solo, que é o mais baixo em 10 anos. Embora as primeiras chuvas já tenham atingido a região, ainda são insuficientes para regularizar as condições ideais de plantio, o que pode resultar em atrasos no calendário da safra.