Vamos iniciar falando sobre o mercado externo. Na quinta-feira (18) o USDA atualizou as vendas semanais para exportação de grãos nos EUA. Entre os dias 5 e 11 de maio, foram vendidas 17 mil toneladas de soja, volume 73% menor que na semana anterior. Os destinos foram o México, Colômbia e Japão.
A situação não é boa para os EUA, com plantio acelerado da soja e a demanda chinesa enfraquecida, a pressão vem forte sobre os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, que recuam por mais de 5 sessões seguidas.
Na quinta-feira (18) o contrato julho encerrou com uma variação de -0,28%.
Após o relatório de oferta e demanda do USDA, não poderia faltar os números da Argentina, país que vem sofrendo com as condições climáticas adversas e é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja.
Também na quinta-feira (18), a Bolsa de cereais de Buenos Aires reduziu suas estimativas de produção para 21 milhões de toneladas. A seca severa trouxe danos significativos para as culturas do país, porém nessa nova atualização a produção de milho permaneceu estimada em 36 milhões de toneladas.
Falando sobre o Brasil, a Anec elevou suas estimativas para a exportação de soja. O novo volume é de 15,76 milhões de toneladas exportadas nesse mês de maio, cerca de 5 milhões de toneladas a mais que no mesmo mês de 2022.
As exportações de farelo de soja devem somar 2,6 milhões ainda nesse mês, cerca de 700 mil toneladas a mais que em maio do ano anterior.
Apesar de ser apenas uma “estimativa”, o embasamento é forte. A China cancelou compras de soja nos EUA, um volume de quase 120 mil toneladas nessa quinta-feira (18), e se reposicionou no Brasil. Eu diria que no curto prazo a teoria é verdadeira, mas os EUA são mais competitivos para embarque setembro. Até lá muito chão pela frente.