O final do ano de 2022 está sendo marcado por forte volatilidade para os futuros do café. Após retorno do feriado nos Estados Unidos, os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York encerraram a sessão de terça-feira (28) em forte queda de -2,94%, com o contrato março (KCH3) valendo 166,95 cents/lp.
Após algumas sessões positivas para a commodity, apoiados pelos dados da Conab sobre a produção de café no Brasil, voltamos a acompanhar o tão famoso movimento em montanha-russa nos preços. Desta vez, a pressão veio da forte alta do dólar, que valorizou +1,42% no dia e somou na semana +2,45%, valendo R$ 5,29. Como sabemos, dólar para cima, commodities para baixo.
Apoiando esse movimento, os estoques certificados da ICE continuam aumentando, no momento com 787,005 mil sacas, uma recuperação significativa após bater a mínima em mais de 20 anos ao cair para apenas 382,695 mil sacas.
No Brasil, maior produtor mundial de café, o clima também pressiona as cotações, e as previsões são de chuvas para os próximos dias, que alcançam as principais regiões produtoras no país.
Em ritmo de final de ano, as negociações no mercado doméstico brasileiro quase engatam a ré. Produtores me falaram que vão segurar o seu produto até que os preços se recuperem, não estão com muita pressa. O valor da saca segue estável nas principais praças de negociação.
Com um consumo firme pelo produto ao redor do globo e a menor oferta brasileira apontada pela Conab, diria que a tendência é de alta para o café, porém de modo sutil. Devemos ficar atentos para a safra no país, em especial durante fevereiro e março, quando saberemos o real tamanho da produção brasileira de café.
Ademais, nesta manhã de quarta-feira (28) os futuros de café arábica na ICE operam em valorização de +1,10%, com o contrato março indo para 168,78 cents/lp.