Em 2022, desembolso com fertilizantes já o maior da história

Volume de toneladas importadas pelo Brasil no ano se aproxima dos 30 milhões

Preço do caroço de algodão em Mato Grosso tem queda; custo operacional tem leve aumento

É importante que o produtor fique atento às movimentações do mercado, para que possa aproveitar o melhor momento para negociar a sua produção e adquirir seus insumos

Importação de defensivos cresce 95% no Terminal de Contêineres de Paranaguá

Pandemia, aumento de pragas e novas liberações do produto contribuíram para o crescimento de importações de defensivos

Triticultores do Distrito Federal apostam no aumento da produção na região

Os brasileiros consomem quase 13 milhões de toneladas de trigo por ano, em massas, pães, bolos e em outros produtos. Apesar de a produção nacional hoje ser pouco maior do que 8 milhões de toneladas, atores do setor acreditam que o Brasil pode se tonar autossuficiente na produção do grão dentro dos próximos dez anos. Para que isso ocorra eles contam com a expansão do cultivo no Cerrado do Brasil Central. Hoje, nessa região, há potencial para ampliar área de produção de trigo para 1 milhão de hectares em sistema irrigado e incorporar mais 2,5 milhões de hectares no sistema de sequeiro. Isso representa cerca de 4 milhões toneladas do grão a mais no País. O pesquisador Júlio Albrecht, da Embrapa Cerrados, conta que, com as tecnologias desenvolvidas especificamente para essa região brasileira, é possível alcançar boa produtividade com um trigo de excelente qualidade industrial para panificação. “A média de produtividade da região é de 6 toneladas por hectare. A cultivar da Embrapa BRS 264 já produziu 9,6 toneladas por hectare em lavoura comercial. Acreditamos que é possível chegar a 12 ou 13 toneladas por hectare, em um ciclo de produção de 130 dias, mantendo a qualidade industrial da farinha para a produção de pão”. William Matte, produtor rural do PADF que começou a investir no trigo há cinco anos, concorda com a expectativa do pesquisador: “A região Centro-Oeste é uma região propícia para aumentar a produção de trigo no País, muito ampla e com uma vasta amplitude de recursos naturais. Com certeza vamos deixar de importar trigo”. Para isso ele se empenha ano após ano em melhorar os índices de sua lavoura, assim como os mais de 130 produtores rurais que participaram do Dia de Campo Trigo Irrigado 2022, organizado pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) na última terça-feira. Apesar de o trigo ser uma cultura relativamente nova no Distrito Federal, como lembra o presidente da cooperativa, Guilherme Brenner, ela tem sido importante componente para garantir ganhos econômicos e agronômicos para o produtor a longo prazo. São várias as vantagens de seu cultivo. Matte destaca: “Além das vantagens econômicas, porque ele é um cultivo de valor econômico importante para nosso negócio, temos a rotação de cultivo; o aumento da biodiversidade do sistema, o que ajuda também no controle de pragas e doenças – o trigo é excelente para o controle de mofo-branco; acréscimo de palha, sequestro de carbono em raiz”. O produtor cultiva soja, milho, feijão, arroz, girassol, além de um mix com mais de dez espécies de plantas de coberturas, e há alguns anos incluiu o trigo em seu sistema de produção. Hoje 5 mil hectares de produtores ligados à Coopa-DF se dedicam ao plantio de trigo irrigado. Brenner ressalta ainda o potencial do trigo de sequeiro na região. “É uma cultura de investimento mais baixo, com uma produtividade menor, mas ainda assim, pela experiência que a gente tem, é um produto de muita qualidade e com grande potencial de aumento de área. Todo Cerrado alto, em torno de 800 metros de altitude, é possível se plantar trigo de sequeiro”, garante. Em busca de melhores produtividades O pesquisador da Embrapa Trigo, Jorge Chagas, informa que, de uma maneira geral, a produção do PADF é muito eficiente. “As lavouras são bem manejadas, com emprego de muito de tecnologia, insumos e conhecimento”. Além do acesso às orientações oferecidas pelo corpo técnico da cooperativa e da Embrapa, é preciso dar crédito à experiência desses produtores: Muitos plantam trigo desde a década de 1980, no início do programa de melhoramento do trigo irrigado. Então eles já conhecem cultura e implementam muito bem o manejo das cultivares, alcançando altas produtividades, às vezes acima da média, colhendo mais de 120 sacos”. Mas sempre é possível aprimorar o negócio. William Matte, mesmo conseguindo bons resultados nas seis safras de trigo que plantou, estabeleceu uma meta: “Nós esperamos adicionar pelo menos 5% de produtividade por ano, com ajustes de manejo e do próprio sistema. Nós ajustamos vários pontos e, sem dúvida nenhuma, conseguimos enxergar retornos equivalentes aos ajustes que fizemos”. O pesquisador também aposta nisso. “Sempre é possível aumentar a produtividade. Às vezes são necessários ajustes pequenos – no tempo de aplicação de um produto, como o redutor de crescimento ou o nitrogênio, em outras pode ser a escolha de uma cultivar mais adequada”, orienta Chagas. As pesquisas com o cereal para as condições de clima e solo do Cerrado desempenham papel importante para o desenvolvimento do setor. Hoje as cultivares mais plantadas no bioma são as da Embrapa. “São as cultivares com maior produtividade no campo e também têm excelente qualidade industrial. Elas conseguem agregar estabilidade, já que estão há muito tempo no mercado, com uma excelente produtividade em termos de produção a campo, como em produtividade de farinha na indústria, ressalta Brenner. Já o agrônomo da Coopad, Cláudio Malinski, arrisca: “A cultura do trigo é um fator de renda para o produtor rural, uma cultura que faz parte do sistema de produção, sem a qual a agricultura não seria tão próspera e tão pujante.Hoje dá para se dizer que o melhor trigo do Brasil e um dos melhores do mundo é produzido aqui no Centro-Oeste. Eu ouso dizer que o trigo irrigado, juntamente com o de sequeiro, fará o Brasil se tornar autossuficiente e até um exportador”. O Dia de Campo foi realizado na fazenda Taboca, em Cristalina (GO). Além da Embrapa Cerrados (DF), expuseram suas cultivares as empresas OR Sementes e Biotrigo. Já Ihara e Bayer apresentaram o portfólio de tecnologias disponível para a cultura.

Temporais e quedas de granizo: veja previsão do tempo

Segundo boletim da Climatempo, há chance de chuva com queda de granizo em três regiões brasileiras

Governo brasileiro confirma acordo com a UE sobre cotas agrícolas

Acerto se dá após a saída do Reino Unido do bloco econômico europeu

Juros nos EUA: como nova alta pode afetar o Brasil

No quinto aumento em um ano, taxa chegou ao maior patamar desde 2008. Com juros mais altos nos EUA, investidores tendem a trocar países em desenvolvimento por mercados mais ricos e seguros, mas isso também pode ajudar a conter a inflação no Brasil.

Produção agropecuária do Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo

O Brasil é um dos poucos países do mundo com condições de aumentar a produtividade e produzir mais alimentos para atender a demanda global nas próximas décadas. Estudos apontam que o Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Para apoiar a produção nacional, o Plano Safra 2022/2023 disponibiliza R$ 340,88 bilhões em crédito rural. O agronegócio brasileiro foi um dos pontos citados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em discurso, na terça (20), na abertura da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada na sede da organização, em Nova Iorque. Desde 1955, por tradição, o chefe da delegação brasileira é o primeiro a discursar na Assembleia Geral da ONU. “Há quatro décadas, o Brasil importava alimentos. Hoje, somos um dos maiores exportadores mundiais”, destacou Bolsonaro. “Isso só foi possível graças a pesados investimentos em ciência e inovação, com vistas à produtividade e à sustentabilidade. Este ano, o Brasil já começou a colheita da maior safra de grãos da nossa história. Estima-se pelo menos 270 milhões de toneladas”, continuou o presidente. Recorde de produção Segundo o 12º Levantamento da Safra de Grãos, produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado neste mês, as projeções indicam uma produção recorde de grãos de 271,2 milhões de toneladas no Brasil para a safra 2021/2022, o que representa um acréscimo de quase 14,5 milhões de toneladas, quando comparada ao ciclo anterior, de 2020/2021. “Embora tenha passado por adversidades climáticas em algumas regiões produtoras, principalmente nos estados da região Sul do país, esta é a maior colheita já registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. Principal produto cultivado, a soja tem a colheita para o grão no país estimada em 125,6 milhões de toneladas. No caso do milho, houve uma recuperação na produção total com uma colheita estimada em 113,2 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 30% quando comparado com o ciclo anterior. Outro importante produto, o algodão tem produção estimada em 2,55 milhões de toneladas. O sorgo também merece destaque. Impulsionado pelos preços do milho, o grão registra uma produção recorde de 2,85 milhões de toneladas, crescimento de 36,9% em relação à safra passada. Já os produtores de feijão enfrentaram problemas climáticos em todas as três safras da leguminosa. Ainda assim, a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas, o que atende ao abastecimento do país. No caso do arroz, o volume total a ser colhido é estimado em 10,8 milhões de toneladas, apresentando diminuição em relação a 2020/21, em razão de menor destinação de área para o plantio, bem como pela redução na produtividade média nacional. Ainda assim, a produção também é suficiente para a demanda do mercado interno. Exportações O Brasil é um dos maiores exportadores de grãos do mundo e, segundo a Conab, a soja teve a projeção de exportação elevada, com expectativa de atingir um volume de 77,19 milhões de toneladas. No acumulado entre janeiro e agosto, já foram exportadas 66,6 milhões de toneladas. No caso do milho, o volume esperado para a exportação do cereal é de 37 milhões de toneladas. Já para o arroz, a nova previsão é de que o Brasil exporte 1,4 milhão de toneladas. A Conab ajustou o volume a ser exportado para o algodão. As vendas externas devem atingir 1,9 milhão de toneladas. Já a estimativa para os estoques finais segue estável, projetada em torno de 1,3 milhão de toneladas. O trigo também teve alta projetada para o estoque de passagem em 2023, influenciado pela maior produção esperada para o cereal. Na nova estimativa, a previsão é de que o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas para a safra com ano comercial de agosto de 2022 a julho de 2023. Culturas de inverno A Conab projeta uma produção recorde para o trigo dentre as culturas de inverno, podendo chegar a 9,4 milhões de toneladas. Houve leve atraso na semeadura no Sul do país devido ao excesso de chuvas, mas as condições são favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.

Boi/Cepea: China segue como maior destino da carne brasileira

O Brasil, que consegue ofertar uma carne de qualidade, a preços competitivos e em volumes elevados, segue fornecendo quantidades recordes da proteína ao país asiático.

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A economia internacional depende das florestas: seus ativos representam uma riqueza global de US$ 7,5 trilhões!

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