O destaque da segunda-feira (22) foi definitivamente o trigo, que encerrou o dia com uma variação de +3,67% para o contrato julho SRW na bolsa de Chicago, cotado à US$ 216/t.
Tal movimento se entendeu ao redor do globo, e na Euronext o contrato maio variou +4,4% no dia, encerrando a sessão cotado à US$ 230/t.
De modo geral, um forte suporte veio das novas escaladas entre o conflito no Mar Negro.
Além dos novos ataques entre Israel e Irã, a região de Odessa foi novamente atingida nesta segunda-feira (22). Tais ocorrências levantam preocupações não apenas com a oferta dos cereais, mas também com o setor energético, impulsionando os futuros do petróleo, que levam na carona o óleo de soja e o etanol de milho.
Mas o que realmente alavancou as cotações do cereal, foram os dados do Crop Condition nos EUA.
Segundo o USDA, na semana encerrada no dia 21 de abril, as condições boas/excelente do trigo de inverno tiveram uma queda de 5 pontos percentuais, totalizando agora apenas 50% do total.
As lavouras em condições regulares passaram a representar 34%, e entre ruins/péssimas 16%, uma alta de 3 pontos percentuais ante a semana anterior.
Condições climáticas adversas no Hemisfério Norte dos EUA, seca ao Sul da Rússia e geadas tardias na França, fazem o mercado questionar qual será a real oferta de trigo para a nova temporada.
Encerrando, nesta segunda-feira (22) tivemos também a atualização das inspeções semanais de grãos para exportação nos EUA, que na semana encerrada no dia 18 de abril somaram 450,275 mil toneladas de trigo, volume abaixo da semana anterior, porém acima das 363,826 mil toneladas inspecionadas em igual período do ano anterior.