MINUTO DO CAFÉ: preços seguem operando no campo positivo apoiados pela possibilidade de uma oferta restrita, mas ainda de olho no setor macroeconômico

Devemos ficar atentos ao cenário macroeconômico, principalmente nesta semana que conta com anúncio da decisão política monetária pelo Fed nos Estados Unidos e pelos Bancos Centrais na Eurozona e no Reino Unido, informações que impactam diretamente na perspectiva de consumo para o nosso querido café.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 31/01/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

As últimas duas semanas de janeiro estão sendo muito positivas para o café. No mercado físico do Brasil, os preços da saca subiram de forma significativa em todas as praças de negociação. Em Minas Gerais, a média do estado teve variação semanal de +3,6%, levando a saca a ser negociada em R$1.064,50. Para São Paulo, a variação foi ainda mais expressiva, de +4,7%, onde a saca de 60kg era negociada a R$1.110,00.

Mesmo com os preços valorizados, os cafeicultores não estão participando muito do mercado, vendendo apenas o necessário para quitar as contas. Em conversa com representantes da região de minas, os produtores estão preocupados com o real tamanho da safra brasileira, e atentos para a possibilidade de patamares de preços ainda mais elevados.

E o cenário positivo não veio apenas para o grão físico, mas também para os futuros do café. Até a segunda-feira (30), os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York acumulavam 7 sessões seguidas de valorização, e caminham para encerrar a oitava na mesma direção. O contrato março somou nesses dias uma valorização de +9,83%, voltando a ser cotado acima de 170 cents/lp.

Os futuros do café robusta também seguem um viés altista, e apesar de algumas sessões encerrarem levemente no vermelho, o total acumulado para o contrato março na Bolsa de Londres ainda é positivo, de +4,6% nas últimas 10 sessões.

O suporte para o cenário acima está vindo do Brasil, maior produtor e exportador mundial de café arábica, e das exportações do Vietnã, maior produtor e exportador de café robusta, as quais caíram cerca de 30,9% no mês de janeiro, para apenas 160 mil toneladas. No Brasil, a preocupação está quanto ao tamanho da nova safra e, portanto, a oferta dessa commodity.

O Conselho Nacional do Café (CNC), apresentou um relatório nesta semana com os dados coletados pelo “Rally da Safra de Arábica 2023”, onde foi estimado uma produção para o café deste tipo entre 38,25 e 41,3 milhões de sacas, o qual somado com os dados do Conilon oferecidos pela Conab, devem somar um total de 55 milhões de sacas de 60 kg, volume considerado baixo após as quebras de safra nos últimos 2 anos.

Ademais, devemos ficar atentos ao cenário macroeconômico, principalmente nesta semana que conta com anúncio da decisão política monetária pelo Fed nos Estados Unidos e pelos Bancos Centrais na Eurozona e no Reino Unido, informações que impactam diretamente na perspectiva de consumo para o nosso querido café.

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