MINUTO DO CAFÉ: negociações em “ponto morto”

Ao acompanhar o mercado interno brasileiro, os agentes da cadeia produtiva do café, entrevistados pela AF News, compartilham da mesma realidade: o mercado está parado.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 22/09/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Após o tão esperado anúncio do FED, o nosso querido café sofreu com uma forte desvalorização de -3% para o contrato dezembro em NY (KCZ22). Nessa quarta-feira (21) houve aumento da taxa de juros americana. A fim de controlar a inflação, o aumento foi de 75bps, valor que era esperado pelo mercado. Mas o destaque foi para a declaração de que ainda haverá mais altas pela frente. As projeções são de elevação nas taxas de juros para 2023 e 2024, chegando até o final desse ano a 4,4%. No dia, o dólar atingiu uma máxima de R$ 5,19, uma alta de 0,8%.

Com o cenário macroeconômico afetando os ativos de risco, o movimento foi justificado. Além disso, essa commodity contou com um leve apoio vindo da colheita da safra no Brasil, maior produtor mundial de arábica, que estava com 99,4% completa até o dia 16/09.

Agindo como suporte para os preços, o mercado continua de olho na oferta desse produto. De acordo com o Rabobank, a disponibilidade desse grão estaria em déficit de -1,3 milhão de sacas, reduzindo também sua projeção para a produção mundial em -1,91%, estimando um volume de 169 milhões de toneladas. Além disso, houve uma redução nas exportações globais, que segundo a Organização Internacional do Café (OIC), caíram -6,6% no mês de julho.

Ao acompanhar o mercado interno brasileiro, os agentes da cadeia produtiva do café, entrevistados pela AF News, compartilham da mesma realidade: o mercado está parado. Os produtores estão comercializando pouca parte dos seus grãos, não apenas com a expectativa de que o preço aumente, mas também receosos com a proximidade das eleições e perspectivas políticas no país. São poucas as empresas com negociações ativas, sendo relatas algumas compras por parte das tradings.

E com produtores alegando quebras de safra que podem chegar a 50% na região de Minas Gerais, maior estado produtor do café, e redução nas produções relatadas na Colômbia e Honduras (importantes produtores), esse ativo tende a manter sua volatilidade e trazer alguma dor de cabeça para quem acompanha esse mercado.

Dito isso, o contrato dezembro em NY (KCZ22) finaliza a sessão de hoje (22) cotado a US$ 223,35 cents/lp, uma valorização de +0,94% frente ao dia anterior.

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